Desaprovação do governo impulsiona Ibovespa, apesar da piora nas projeções de inflação e declarações de Haddad

Expectativa para o IPCA sobe para 5,60% e fala do ministro sobre "normalidade" ainda tem pouco efeito no mercado

Por Redação Atualizado em 17 fev 2025, 11h49 - Publicado em 17 fev 2025, 11h47

Fernando Haddad e Lula — O ministro da Fazenda Fernando Haddad e o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

O Ibovespa, principal índice da B3, opera em alta, aos 129 mil pontos, enquanto o dólar permanece próximo à estabilidade, cotado a R$ 5,70 às 11h. O avanço do índice ocorre em um dia de baixa liquidez devido ao feriado nos Estados Unidos e ainda reagindo a queda de popularidade do governo Lula, que atingiu seu menor de aprovação em seu histórico de três mandatos. Na sexta-feira, a bolsa encerrou com alta de 2,70%, o maior nível desde o dia 11 de dezembro.

O mercado digere a revisão das projeções econômicas divulgadas pelo Boletim Focus, que elevou a estimativa da inflação para 2025, de 5,58% para 5,60%. O dado aumenta a cautela à cautela dos investidores após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que considerou uma inflação entre 4% e 5% dentro da normalidade.

Apesar da expansão da economia de 3,8% em 2024, conforme indica o IBC-Br, conhecido como a prévia do PIB, a atividade econômica começa a mostrar sinais de enfraquecimento, refletido na queda de 0,70% do índice em dezembro. O recuo é atribuído ao impacto das altas taxas de juros, que já afetam a atividade econômica. Ainda são previstas novas altas na Selic, com o mercado projetando uma taxa terminal de 15%.

Os investidores continuam atentos às negociações para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia, bem como às tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Além disso, monitoram a agenda internacional de Haddad, que participa da Conferência de Al-Ula para Economias de Mercados Emergentes, organizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no Oriente Médio.