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Decisão do BC traz tom mais duro e inclinado à alta de juros

Ao citar sua posição "vigilante" com a inflação, a decisão embute uma percepção com menos espaço para um afrouxamento monetário

Por Juliana Machado Atualizado em 31 jul 2024, 20h50 - Publicado em 31 jul 2024, 19h43

O comunicado do Banco Central divulgado nesta quarta-feira, 31, em que a autoridade decidiu manter inalterada a taxa Selic em 10,5% ao ano, trouxe um tom mais inclinado à alta de juros (“hawkish”, no jargão do mercado), na opinião de economistas e analistas de mercado. Ao citar sua posição “vigilante” com a inflação, a decisão embute uma percepção mais dura, com menos espaço para um afrouxamento monetário.

Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, a posição vigilante endossada pelo BC se dá em torno de variáveis de mercado e em relação às expectativas de inflação, que se encontram desancoradas. “Além disso, há menção à questão da desvalorização cambial, que tem um efeito inflacionário muito forte”, destaca.

Gala também nota que o BC começa a mirar o primeiro trimestre de 2026, com inflação estimada de 3,2% — acima, portanto, da meta de 3%. Além disso, no cenário de referência, que usa variáveis do Boletim Focus, a inflação está em 3,4%. “Então, o que o BC está dizendo é: se mantivermos a Selic em 10,5% até o final de 2025, a projeção do modelo para o primeiro trimestre de 2026 é de inflação de 3,2%”, explica. “Isso fez o BC subir um degrau nesse tom em relação ao comunicado da última reunião.”

Economistas também notam que um aspecto importante do comunicado é sobre o ritmo dos preços da economia, que não está tão controlado como previsto. “O BC enfatizou que ainda enfrentamos desafios na redução da inflação, especialmente com as expectativas, que ainda não estão completamente controladas”, afirma Guilherme Jung, economista da Alta Vista Research. “O último dado de inflação acelerou fortemente e levou o acumulado de 12 meses para o teto da meta.”

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Entre os elementos considerados “hawkish” do comunicado é possível citar não apenas as projeções de inflação, como também o arrefecimento do processo de desinflação e um cenário externo que ainda exige cautela, mesmo com sinalização de cortes de juros na economia dos Estados Unidos, aponta Igor Campos, portfólio manager de renda fixa da Gauss Capital.

A visão de Luis Cezário, economista-chefe da Asset 1, vai na mesma linha. Para ele, a piora das perspectivas futuras da inflação recomenda que o BC se prepare para voltar a subir a taxa de juros nos próximos meses. A isso se somam os efeitos inflacionários da política fiscal expansionista do governo. “Notamos que a economia já opera acima do seu potencial. Desta forma, entendemos que o Copom precisará aumentar o grau de aperto da política monetária se quiser concluir com êxito o seu objetivo de reduzir a inflação para 3%.”

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