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Datas: Abilio Diniz, o revolucionário do varejo

O empresário morreu aos 87 anos de pneumonite no último domingo, 18, em São Paulo

Por Da Redação Atualizado em 7 Maio 2024, 17h04 - Publicado em 23 fev 2024, 06h00

No final do ano passado, recém-­operado do joelho, Abilio Diniz relatou a um amigo: “Quero voltar a jogar squash em 30 dias”. Não deu outra. Do alto de seus 87 anos, retornou às quadras exatamente na data prevista. Pouco depois, desaconselhado pelos médicos a viajar, ignorou as recomendações e embarcou para a estação de esqui de Aspen, nos Estados Unidos, com a família. Lá, passou mal e teve de regressar a São Paulo, para ser internado no Hospital Albert Einstein.

Os últimos dias de Abilio retratam sua trajetória com precisão. Teimoso e competitivo, foi nos esportes que o empresário encontrou sua paixão, traduzida pelo amor ao São Paulo Futebol Clube — ele foi velado no estádio do time, na capital paulista. Nos negócios, mostrava o mesmo ímpeto agressivo, que contrastava com a sutileza no trato com as pessoas. Antigo dono do GPA, antes chamado Grupo Pão de Açúcar, era atualmente presidente do conselho de administração da Península Participações e membro dos conselhos gestores do grupo Carrefour.

Foi Abilio que fez da doceria do pai, o imigrante português Valentim dos Santos Diniz, fundada em 1948 em São Paulo, o maior grupo de varejo alimentício do país. Ele começou a trabalhar na doceria aos 12 anos e, aos 23, convenceu o pai a transformá-la em supermercado. Com o tempo, Abilio revolucionaria o setor — foi ideia dele introduzir o autosserviço, modelo em que o cliente retira os produtos diretamente das prateleiras, em vez de pedi-los no balcão. A partir daí, o negócio prosperou.

Em 1989, em meio a desavenças familiares, acabaria deixando a gestão do Pão de Açúcar. Anos depois, enquanto a empresa estava em crise, os irmãos Alcides e Arnaldo Diniz venderam suas participações a Abilio, que seria convidado pelo pai a sucedê-lo na presidência do grupo. Esse movimento seria fundamental para que o Pão de Açúcar se tornasse o que é. Em 1995, Abilio decidiu abrir o capital da empresa. Anos depois, repetiria a dose na Bolsa de Valores de Nova York, tornando o grupo a primeira varejista brasileira listada nos Estados Unidos.

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Abilio deixaria o Pão de Açúcar em 2013, após uma longa disputa acionária com o sócio francês Casino. No ano seguinte, comprou 10% do Carrefour Brasil, para concorrer com a sua antiga empresa e mantendo-se no setor que mais o seduzia. Em 2022, sofreu aquele que classificou como “o golpe mais duro” de sua vida: a morte do filho João Paulo Diniz, aos 58 anos, vítima de um infarto fulminante. Abilio Diniz morreu aos 87 anos de pneumonite no último domingo, 18, em São Paulo.

Publicado em VEJA de 23 de fevereiro de 2024, edição nº 2881

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