Dados de emprego nos EUA decepcionam com o pior resultado em sete meses
Ao todo, foram abertas 235 mil vagas no período; dados apontam que diminuição das compras de títulos pelo Fed, o BC americano, deve começar no ano que vem
O Payroll, relatório que traz dados de criação de emprego nos EUA — e importante sinalização de como anda a maior economia do mundo — apontou, em agosto, a abertura de 235 mil novos empregos em agosto. Esse é o pior dado dos últimos sete meses e quatro vezes menor que no mês em anterior, quando haviam sido criadas 1,053 milhão de vagas. O número também decepcionou em relação à expectativa dos economistas da Bloomberg, que estimavam 750 mil novas vagas de trabalho.
Os dados muito aquém do esperado indicam que a decisão do Federal Reserve Bank de diminuir a injeção de dólares na economia tem tudo para ser adiada para o primeiro trimestre de 2022. No mais recente pronunciamento de Jerome Powell, presidente do Fed, na reunião de Jackson Hole, ele reiterou o conteúdo da última ata do Fed, otimista em relação aos indicadores econômicos americanos. Agora, porém, o quadro mudou.
“Na ocasião, Powell afirmou que a economia americana veio se recuperando bem, o que é suficiente para alcançar a meta de inflação. Além disso, afirmou que a retomada esperada do mercado de trabalho até o final do ano seria suficiente para diminuir o programa de compras, porém, deixou cautela sobre os dados de emprego. Este número fraco de hoje tende a adiar um pouco mais este anúncio”, diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
Vale lembrar que, ainda que esteja no radar a desaceleração do programa de compras dos títulos americanos, o Fed deixou claro que ele não está relacionado com a decisão da alta de juros. Ou seja, mesmo que a retirada de estímulos se inicie no último trimestre de 2021, a alta de juros se mantém prevista para o final de 2022 e início de 2023.