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CVM vê indícios de irregularidade em investigações contra JBS

Órgão regulador aprofunda investigações sobre venda de ações e sobre atuação no mercado de dólar futuro

Por Da redação
Atualizado em 31 Maio 2017, 16h18 - Publicado em 31 Maio 2017, 11h18

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu nesta terça-feira dois inquéritos para investigar se a JBS cometeu ilegalidades em venda de ações e na atuação do dólar. A etapa indica um avanço em dois dos oito processos administrativos abertos contra o frigorífico desde a delação premiada de um dos seus sócios, o empresário Joesley Batista, que vieram a público há duas semanas.

O órgão regulador também divulgou que o último dos processos, aberto na última sexta-feira, foi em razão da notícia de que Joesley teria usado um avião de propriedade da empresa para sair do país rumo aos Estados Unidos após sua delação premiada. O empresário alegou à Justiça sofrer ameaças para justificar o pedido de deixar o Brasil.

De acordo com informações do mercado, a JBS teria comprado uma enorme quantia de dólares antes da moeda se valorizar após as delações. A valorização teria sido suficiente para cobrir o valor da multa imposta à empresa pelo envolvimento no esquema de corrupção. A CVM teria sido notificada que o montante comprado na véspera da notícia da delação seria superior a 1 bilhão de reais, segundo o jornal Valor Econômico.

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A agência de notícias Reuters também publicou que o grupo de controle da JBS vendeu 329 milhões de reais em ações da companhia em abril, operação que foi acompanhada pela compra de 200 milhões de reais em ações da empresa pela tesouraria da própria JBS no mês passado, segundo documentos enviados ao mercado.

Ao transformar o inquérito, a CVM indica que viu indícios de irregularidades nesses dois casos e vai ampliar as investigações para analisar os fatos. Se comprovadas as ilegalidades, o processo avança a outra etapa na qual a empresa será julgada e poderá sofrer penalidades. Não há prazo para a conclusão do inquérito.

Outro lado

Procurada pela reportagem de VEJA, a JBS  disse que continuará colaborando com a CVM e dará as informações solicitadas.

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Sobre a abertura dos processos, a empresa havia informado que “gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities”. “A JBS tem como política e prática a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais e de commodities provenientes de sua dívida, recebíveis em dólar e de suas operações.”

Segundo a empresa, “as movimentações realizadas nos últimos dias seguem alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira”.

Em relação às operações com ações, a companhia não havia emitido posicionamento.

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