Crises na Tok&Stok e varejo prometem mais dor de cabeça para Campos Neto
Crise e quebras que se avizinham no varejo deve cair no colo de Campos Neto e Selic
A crise no varejo, que afetou a varejista de móveis Tok&Stok, que deve 600 milhões de reais aos bancos credores, e a rede de lojas Renner, que fechou 20 lojas neste primeiro trimestre, promete dar mais dor de cabeça ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Tudo porque a quebradeira geral prevista no varejo, que deu os primeiros sinais com o rombo da Americanas, deve recair sobre ele e o patamar atual da taxa de juros, em 13,75%. A pressão sobre Campos Neto, que já sofre nas mãos do governo, seria injusta, no entanto, segundo Max Mustrangi, sócio-fundador da consultoria Excellance, especializada em reestruturação de empresas. “Muitas empresas estão sem rentabilidade há anos, se enforcando, sem caixa, e vão culpar a Selic na hora do estouro”, diz. “Elas estão altamente alavancadas, várias delas vendendo com margem negativa. É um monte de ONG tomando financiamento. De repente, o custo do dinheiro explode e se reclama da Selic.”
A Americanas, Renner e Tok&Stok não devem ser as únicas empresas a acusar problemas financeiros. “Riachuelo, Via Varejo, Magalu, Natura, C&A, Carrefour, Pão de Açúcar… Não faltam empresas que não estão bem. Todo mundo está na UTI. Alguns na porta, outros no meio, outros na cova”, afirmou Mustrangi. O cenário é que, depois de o mundo viver 50 anos de estímulo monetário, com taxa de juros negativa, o cenário mudou rapidamente. “O que aconteceu foi corrida do Velho Oeste. Pega dinheiro e procura-se ouro”, prossegue. Uma verdadeira corrida de revezamento com ‘banana de dinamite’. “O acionista quer acelerar crescimento, fazer faturamento, enfiar dinheiro no bolso e passar o osso para alguém”, afirma.
A previsão não é das mais otimistas. “Vamos ver muita empresa entrando em recuperação judicial, trocando de controle, aumento de desemprego e crise econômica. Fornecedores locais serão os que mais vão sofrer. Renda média e arrecadação vão despencar”, disse. A repercussão chegará até no arcabouço fiscal. “Como falar de arcabouço quando o país inteiro vai estar despencando no PIB? Para sair dessa situação são precisos tomadas de decisões duras que as pessoas não querem tomar. Tem de fechar ponto de venda, fechar produto que não é rentável, é saber analisar crédito…”, defende. Justamente o que está sendo promovido pela Renner e pela Marisa. “Com dois anos de atraso, ficaram sangrando sem necessidade”, completa.
Atualização – Em nota, a Renner informa o que se segue: “A Lojas Renner esclarece que reportou na semana passada os resultados do primeiro trimestre, que alcançaram uma robusta posição de caixa de aproximadamente R$ 2,8 bilhões. A companhia possui rating junto a S&P em escala nacional AAA. Informa, ainda, que fechou o ano de 2022 com um faturamento líquido de R$ 12 bilhões, alcançando no período o seu maior lucro histórico, acima de R$ 1,3 bilhão. Em relação ao ajuste de portfólio, a Renner considera que aberturas e fechamentos de lojas são movimentos naturais do varejo. A revisão do portfólio de lojas não se compara com a situação de outras varejistas que se encontram em recuperação judicial.”
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