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Cresce a oferta de aluguel de ilhas paradisíacas

A explicação, para além da beleza: a privacidade e a sensação de segurança contra o vírus

Por Alexandre Senechal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h30 - Publicado em 13 nov 2020, 06h00

 

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(Reprodução/Instagram)

A célebre máxima do poeta inglês John Donne (1572-1631), “nenhum homem é uma ilha”, nunca foi tão revisitada como agora, em tempos de pandemia — momento em que virar ilhéu do mundo ao redor se tornou quase compulsório, dada a imposição sanitária. Não por acaso, de modo a praticar o isolamento em família ou em pequenas bolhas sociais, cresceu a procura por um tipo particular de turismo: o de aluguel de ilhas. A agência americana Private Islands, dona do direito de negociar 800 pequenos paraísos cercados de mar espalhados pelo planeta, teve a procura por esse tipo de viagem e hospedagem expandida em 50% apenas em 2020.

Há lugares caríssimos, mas nem tudo é impraticável. Existem ofertas a partir de 150 dólares (800 reais) a diária, como é o caso das cabanas no Lago Katahdin, costa do estado americano do Maine, ou dos bangalôs de madeira cercados de florestas de palmeiras em Little Peter Oasis, em Belize, por 550 dólares (3 000 reais) a diária. No Brasil, a procura maior é em Angra dos Reis.

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(./Divulgação)
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Lá estavam, no fim de outubro, o ator Bruno Gagliasso, a atriz Giovanna Ewbank e os três filhos do casal, acantonados na Ilha do Japão, pedaço de terra com 25 000 metros quadrados, acessível apenas por helicóptero ou embarcações de grande porte, mediante 20 000 reais por dia. “Acordar cedinho com a luz gentil do sol invadindo nosso quarto”, postou Gagliasso no Instagram, para alegria (ou inveja?) de pelo menos 83 000 pessoas que curtiram a cena. “O  corpo dorme exausto, não da dureza do cotidiano, mas por ter aproveitado cada segundo. Que lindo seria se todos os dias fossem assim.” Pois é… Do outro lado do mundo, a socialite americana Kim Kardashian — e quem mais poderia ser? – gastou exagerado 1 milhão de dólares para celebrar o aniversário de 40 anos com amigos na Ilha The Brando, na Polinésia Francesa, refúgio do ator Marlon Brando (1924-2004) ao longo de trinta anos. “Dançamos, andamos de bicicleta, nadamos perto de baleias, andamos de caiaque, assistimos a um filme na praia e muito mais”, escreveu ela em suas diversas redes sociais.

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(./Divulgação)

Os refúgios na natureza de Gagliasso, Giovanna e Kardashian, para além do espetáculo idílico e da sensação de segurança em relação ao vírus, têm uma característica que os tornam incontornáveis: a privacidade. Bem-­vindo à nova era: os famosos querem ser vistos, mas só se for a distância, em milhares de posts, porque nenhum homem é uma ilha.

Publicado em VEJA de 18 de novembro de 2020, edição nº 2713

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