Correios têm 1º lucro desde 2013 e ministro descarta privatização
Com a reversão de prejuízo, a ideia de privatizar os Correios ficou para trás, segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab
Os Correios encerraram 2017 com um lucro líquido de 667 milhões de reais. Foi o primeiro resultado positivo desde 2013 – o déficit chegou a 2,12 bilhões de reais em 2015 e de 1,48 bilhões de reais em 2016.
Em nota, a empresa atribui o resultado a uma série de medidas, como revisão de contratos, racionalização de custos com pessoal e de encargos sociais e a revisão do custeio do plano de saúde, além da otimização da rede de atendimento. Em março, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os funcionários dos Correios passem a pagar mensalidade pelo plano de saúde.
O presidente interino dos Correios, Carlos Fortner, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a diretoria da empresa aprovou em fevereiro, em reunião sigilosa, proposta de fechamento de 513 agências e demissão de servidores. “Não é cabível numa empresa que quer ser modernizada, que quer se atualizar, que quer estar saudável, ter uma agência a 50 metros uma da outra, gastando com dois imóveis, e assim por diante. Copacabana (no Rio de Janeiro) tem agência a um quarteirão da outra. Não faz o menor sentido isso”, disse o executivo.
Os Correios informam que o balanço já foi aprovado pelo Conselho Fiscal da empresa e será avaliado pelo Conselho de Administração nesta quinta-feira, 10.
“A empresa se mantém focada em consolidar as iniciativas de recuperar o equilíbrio financeiro, otimizar a gestão e controlar despesas”, citam os Correios em nota.
Com a reversão de prejuízo, a ideia de privatizar os Correios ficou para trás, segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab. “Esse balanço (de 2017, que mostra volta ao lucro) e o apoio dessa casa nos permitiram tirar da pauta essa questão. Não se fala mais nisso”, disse o ministro em audiência na Câmara dos Deputados, ao ser questionado por parlamentares sobre a proposta de privatizar a companhia.
Kassab argumentou que a venda da estatal deixou de ser debatida porque o lucro de mais de 600 milhões de reais em 2017 mostra que a empresa “é viável e pode ser até ser lucrativa”. O ministro fez uma breve memória do debate sobre o futuro dos Correios e lembrou que a proposta de privatização era legítima diante de prejuízos que chegaram a superar 2,5 bilhões de reais.
“Se tivéssemos entregando um balanço negativo, não há candidato a presidente que não assumiria o compromisso de privatizar ou pelo menos estudar a privatização”, disse o ministro do PSD, ao lembrar que o próximo governo “vai encontrar uma empresa melhor, mais saudável e poderá efetivamente dar sequência ao trabalho de melhora” da companhia.
Kassab disse que a volta ao lucro não encerra o esforço de gestão nos Correios. Agora, afirmou, o esforço passa a ser melhorar a eficiência da empresa. “Precisamos melhorar a eficiência e estamos no caminho”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)