Coreia do Norte bloqueia chips de celular com acesso ao exterior
Relatos de cidadãos do país asiático apontam interrupção de serviços de roaming e confisco de aparelhos celulares chineses em regiões de fronteira
A Coreia do Norte está bloqueando cartões telefônicos SIM (de celular) para evitar que seus cidadãos possam fazer contato com países do exterior. A informação é de testemunhos de cidadãos norte-coreanos veiculados pelo site Daily NK.
As autoridades do regime comunista bloquearam uma série de números que oferecem serviços de roaming e intensificaram seus esforços para confiscar telefones celulares chineses nas regiões fronteiriças, segundo reportagem publicada no site nesta quarta-feira. O veículo é comandado por desertores norte-coreanos e conhecido por manter contatos com fontes dentro do hermético país.
A medida se concentra nos números da Koryolink, a única operadora nacional de telefonia móvel na Coreia do Norte, que começam em 191, porque correspondem a muitos dos cartões vendidos há alguns anos para estrangeiros que visitavam o país oferecendo roaming e que ainda seguem em circulação.
A venda desses números foi proibida nas regiões fronteiriças com a China, onde os telefones podem se conectar às redes do país vizinho e realizar chamadas para a própria China e para a Coreia do Sul, conforme detalhou ao site uma fonte em Pyongyang.
Alternativa
O depoimento de um morador de Hamgyong do Norte, a província que faz divisa com a China, indica que os norte-coreanos estão encontrando meios para evitar este bloqueio, já que muitos compram no mercado negro cartões 191 que foram vendidos em Pyongyang, onde sua comercialização não está proibida.
Além disso, segundo o relato, as pessoas estão comprando dois cartões SIM e mantém sempre escondido o que tem o número 191 em caso de inspeção.
O relator especial da ONU sobre direitos humanos na Coreia do Norte, Tomás Ojea Quintana, destacou recentemente em uma entrevista à Agência Efe que Pyongyang está aumentando seu controle sobre o uso de novas tecnologias para evitar que seus cidadãos tenham mais janelas abertas ao exterior.
Ojea frisou que este será um dos pontos principais do relatório sobre direitos humanos na Coreia do Norte que será apresentado à ONU nos próximos meses.
Acredita-se que mais de 3 milhões de norte-coreanos possuem linhas de telefones celulares da Koryolink, que lançou a primeira rede 3G no país em 2008.
(Com EFE)