Assessores de Bolsonaro divergem sobre Previdência
Coordenador de campanha afirma que debaterá assunto só em 2019; Mourão e Guedes são a favor de que a reforma seja aprovada antes da virada do ano
Mais uma vez, os principais assessores da campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) batem cabeça em relação às propostas do candidato. Dessa vez, o coordenador de campanha, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que a reforma da Previdência não faz parte do programa de governo do presidenciável e que não ajudará o governo de Michel Temer a aprová-la este ano.
A jornalistas, na Câmara dos Deputados, Lorenzoni afirmou que “não tem no plano, não tem nas conversas” a possibilidade de trabalhar pela reforma. “O Jair não era a favor dessa reforma e a maioria das pessoas que o apoiaram não são a favor dessa reforma porque ela é ruim. É uma porcaria e não resolve nada”, afirmou, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
“Se o Jair for escolhido, nossas ações iniciam só em 2019”, disse Lorenzoni, eleito senador no último domingo (7) e cotado para ser ministro-chefe da Casa Civil caso Bolsonaro vença o segundo turno.
Segundo ele, falar sobre a reforma da Previdência agora seria uma armadilha. “Por que no plano de governo do Jair não tem plano específico? Porque isso é uma armadilha que os marqueteiros impuseram aos políticos.”
O deputado contradiz outro assessor de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, que pode assumir o Ministério da Fazenda em caso de sucesso da candidatura do capitão. A correligionários, ele disse que iria fazer a reforma da Previdência para acabar com as disparidades entre a aposentadoria dos servidores públicos e dos contribuintes da iniciativa privada. Segundo Guedes, a necessidade de reformar a Previdência é premente.
Temer, que ainda sonha em realizar a reforma em seu mandato, vislumbra a possibilidade de contar com o apoio de Bolsonaro para aprová-la até o final do ano. A possibilidade também foi aventada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O vice de Bolsonaro, o General Hamilton Mourão, em evento promovido pelo banco BTG Pactual, também defendeu que o texto seja aprovado antes de uma eventual posse do candidato do PSL.