Contas públicas têm déficit de R$ 63,9 bi em maio; dívida sobe para 76,8%
Resultado veio pior que a estimativa do mercado. No acumulado em 12 meses, setor público registra déficit de R$ 280,2 bi, o equivalente a 2,5% do PIB
O resultado primário do setor público consolidado fechou o mês de maio com déficit primário de 63,9 bilhões de reais, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, 28. Em maio passado, o governo registrou 50 bilhões de reais de déficit. O resultado do mês veio pior que a expectativa do mercado, que era de um déficit de 59 bilhões de reais em maio.
No acumulado em doze meses, o setor público consolidado acumula um déficit de 280,2 bilhões, o equivalente a 2,53% do PIB. Esse dado é 0,11 ponto do PIB superior ao déficit acumulado nos doze meses até abril. A piora no acumulado mostra o motivo da preocupação com a área fiscal. Neste ano, o governo persegue a meta de zerar o déficit nas contas públicas. A expectativa do mercado é de que isso não aconteça e as contas fechem o ano com déficit de 0,7% do PIB.
No acumulado de doze meses, entretanto, as contas do setor público consolidado – formado por União, estados, municípios e empresas estatais – registram déficit de 266,5 bilhões de reais, o equivalente a 2,40% do PIB. O resultado é 0,11 ponto percentual superior ao déficit acumulado nos doze meses até março.
O déficit primário ocorre quando as receitas ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Se o movimento for oposto, o resultado é de superávit. Os dados medidos pelo BC englobam o governo federal, os governos regionais e as empresas estatais. Em maio, todos os níveis fecharam no vermelho: 60,8 bilhões, 1,1 bilhão e 2 bilhões, respectivamente.
Dívida
A dívida bruta do governo geral – governo federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 76,8% do PIB (8,5 trilhões de reais) em maio de 2024, um aumento de 0,6 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Segundo o BC, essa evolução no mês decorreu dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), das emissões líquidas (aumento de 0,1 p.p.), do reconhecimento de dívida (aumento de 0,1 p.p.) e da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.).