Conta de luz mais barata: o impacto da bandeira amarela na inflação de novembro
Mudança de bandeira tarifária vai refletir na medição da inflação mensal, segundo economistas da FGV-IBRE e Warren Investimentos
A conta de luz vai ficar mais barata em novembro com a mudança da bandeira tarifária anunciada na sexta-feira, 25. Com a volta das chuvas, houve melhora nas condições de produção de energia elétrica, e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária passará de vermelha para amarela.
Com a mudança, a taxa será reduzida para R$ 1,885 por 100 kWh de consumo, na conta de todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional. Em outubro, com a bandeira definida como vermelha patamar 2, a cobrança adicional na conta é de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.
“Com esse novo cenário de adoção da bandeira tarifária, o subitem – que é a energia elétrica residencial – vai ficar em torno de -5,7% fazendo com que tenha um impacto de -0,2 ponto percentual na inflação mensal”, afirma o economista Matheus Dias, da FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia.
Segundo as projeções da FGV IBRE, a redução da cobrança adicional na conta de luz residencial vai levar o IPCA de novembro para -0,1%. “Por sua vez, isso vai ter um impacto no IPCA anual, que vai ficar em torno de 4,30%”, diz. A meta de inflação no ano é de 3%, com teto em 4,5%. Nesta segunda-feira, 28, o mercado financeiro projetou um estouro da meta, com o IPCA em 4,55% até o fim do ano. Porém, a bandeira tarifária menor pode colaborar para que a inflação fique dentro do limite.
Nas projeções da Warren Investimentos, o impacto da bandeira amarela é maior. “Na nossa projeção do IPCA de 2024, mantivemos a amarela no final de 2024, com risco de vermelha 1 (0,14% p.p.), e verde em 2025. O impacto da bandeira amarela na nossa projeção é de -13 bps e a projeção de novembro do IPCA -0.28% para -0,41%.”, diz a estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo.