Congresso é ‘grande câncer’ e ‘não tem deus que mude’, diz fundador da SPX
Rogério Xavier se mostrou mais cético que André Esteves e sócios da JGP e Verde acerca do rumo das contas públicas

Ao lado de alguns dos maiores nomes do mercado financeiro nacional, o sócio e fundador da SPX Capital Rogério Xavier teceu duras críticas ao Congresso Nacional e à classe política em geral, mostrando ceticismo quanto ao futuro dos gastos públicos. “[A irresponsabilidade fiscal] não é um problema desse governo. Acho que o grande câncer desse país se chama Congresso Nacional”, disse durante o evento CEO Conference 2025, do banco BTG Pactual, nesta terça-feira, 25. O investidor apontou que as emendas impositivas, a sanha de gastança da classe política e a ingerência do Legislativo sobre o orçamento são fatores de preocupação e, em sua visão, não podem ser resolvidos pelo Executivo. “Não tem ideologia, não tem Tarcísio, não tem deus, não tem ninguém que vai mudar a sanha, a vontade, dos políticos de gastarem”, afirmou Xavier. Nesse sentido, o gestor não está otimista em relação a uma eventual mudança de rumo a partir das eleições de 2026 — ponto no qual divergiu dos demais presentes no evento: “O Rogério está meio cético de que o governo A ou o governo B não vai mudar muito [o quadro fiscal]. Eu acho que vai mudar”, disse André Esteves, sócio-sênior do BTG e mediador do debate entre gestores.
Também presente no painel conduzido por Esteves, o sócio-fundador da JGP André Jakurski lembrou que, há mais de um ano da eleição presidencial, a última pesquisa Datafolha sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já mexeu com os mercados. “Teve um início de rali (da eleição), que durou 24 horas, quando saiu a pesquisa Datafolha. Provavelmente ainda está cedo demais, as pesquisas oscilam muito. Nada está escrito”, disse. A pesquisa em questão revelou uma queda de 11 pontos percentuais na parcela da população que considera o governo Lula ótimo ou bom — indicando uma menor chance do petista conseguir se reeleger no ano que vem. “Se me perguntassem se era possível cair 11 pontos a avaliação do Lula em ótimo e bom, diria que não era possível”, disse Luís Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, também presente no painel da CEO Conference. O sócio da Verde considera que tamanha queda de popularidade é impressionante num contexto de crescimento econômico. Nesse sentido, Stuhlberger avalia que a inflação é a principal explicação para a perda de popularidade do governo e “no máximo um ano antes” da eleição, vai começar o rali no mercado acerca do pleito presidencial.