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Comércio mundial pode despencar até 32% devido ao coronavírus

Segundo a OMC, cenário ainda é de incerteza, mas uma recuperação pode acontecer em 2021, se as medidas para o controle da enfermidade forem eficazes

Por Felipe Mendes Atualizado em 8 abr 2020, 14h57 - Publicado em 8 abr 2020, 14h26

O comércio global viverá um desastre em 2020 como poucas vezes visto na história. Segundo projeções da Organização Mundial do Comércio (OMC), divulgadas nesta quarta-feira, 8, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) levará o comércio mundial a registrar uma queda entre 13% a 32% neste ano. As contas sobre o tamanho do impacto, como indica a amplitude entre o cenário mais positivo e a projeção mais catastrófica, ainda são incertas.

No mundo, já é possível notar “declínios inevitáveis no comércio e na produção” em decorrência das medidas de distanciamento social adotadas por governantes em diversas nações. Por isso, a OMC projeta uma derrocada de dois dígitos nos volumes comercias de todas as regiões. Segundo a entidade, as exportações da Ásia e da América do Norte serão as mais afetadas.

Para o brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da entidade, os números são “feios”, mas as chances para uma recuperação rápida e gradual já em 2021 existem. Isso irá depender, no entanto, de dois fatores ainda complexos: quanto tempo perdurará a pandemia e qual será a eficácia das medidas dos governantes no mundo. “As decisões tomadas agora determinarão o futuro para as perspectivas de recuperação e de crescimento global. (…) O comércio será um ingrediente importante para essa retomada, juntamente com a política fiscal e monetária.”

Figura de liderança da OMC desde 2013, Azevêdo entende que todas as restrições feitas pelo mundo visaram a proteção da vida das pessoas, mas alertou: “Os inevitáveis declínios no comércio e na produção pelo mundo terão consequências dolorosas para as famílias e as empresas, além do sofrimento humano causado pela própria doença”. Para o mandatário, a chave para a retomada da economia passa pela promoção de um ambiente de negócios mais amigável entre as nações. “Se os países trabalharem juntos, teremos uma recuperação muito mais rápida do que se cada um resolver agir sozinho”, disse.

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