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Começou mal: Ibovespa tropeça no primeiro pregão de ano e dólar segue acima de R$ 6

Incertezas fiscais e dados fracos da China pressionam o índice. Moeda é cotada a R$ 6,20, impulsionada pela aversão ao risco no cenário global

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jan 2025, 12h29

O início de 2025 traz um tom de cautela para o mercado brasileiro. O Ibovespa, principal índice da B3, abriu o primeiro pregão do ano em queda, abaixo dos 120 mil pontos, em meio à preocupações com o cenário fiscal e pressionado pela maior aversão ao risco nos mercados internacionais.  O câmbio também sofre impacto. Às 12h30, a moeda americana era cotada a R$ 6,20, um leve aumento em relação ao fechamento de 2024, quando encerrou em R$ 6,18.

Por aqui, o mercado reage à sanção presidencial da lei complementar que reforça o arcabouço fiscal do país. A nova legislação prevê gatilhos automáticos para o congelamento de despesas públicas em caso de deterioração das contas, o que, em teoria, deveria acalmar os investidores quanto ao controle das finanças públicas. No entanto, ainda é grande a descrença do mercado com a responsabilidade fiscal do governo e com a promessa de zerar o déficit, visto que o pacto de corte de gastos foi avaliado como “insuficiente” para conter a escalada de gastos do governo. Além disso, a incerteza paira sobre a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que só será votada pelo Congresso em fevereiro. Até lá, o governo só tem autorização para realizar despesas essenciais, deixando em aberto como será conduzida a execução orçamentária nos primeiros meses do ano.

O cenário externo também não oferece alívio. A aversão ao risco aumentou após dados fracos de atividade industrial na China e na zona do euro, aumentando as preocupações com uma possível desaceleração global. A China, motor de crescimento para muitas economias emergentes, viu o índice de gerentes de compras (PMI) industrial registrar 50,1 pontos em dezembro de 2024, uma leve queda em relação aos 50,3 pontos de novembro. A leitura veio abaixo das expectativas, marcando o terceiro mês consecutivo de crescimento modesto, insuficiente para dissipar as preocupações com a economia chinesa.

O Brasil, como exportador de commodities, depende em grande parte do vigor da demanda chinesa para sustentar seu crescimento. O arrefecimento da atividade industrial chinesa pode pressionar os preços de produtos como minério de ferro e soja, que têm grande peso na balança comercial brasileira. Além disso, a persistente incerteza quanto à recuperação econômica da zona do euro adiciona mais volatilidade aos mercados globais.

A combinação de incertezas fiscais no Brasil e o contexto global adverso cria um ambiente desafiador para os investidores. As perspectivas para 2025 são marcadas por um misto de cautela e expectativa: no plano doméstico, o desafio do governo será equilibrar as demandas por mais investimentos com a necessidade de manter a disciplina fiscal. Internacionalmente, o Brasil continua vulnerável a choques externos, especialmente aqueles que afetem o comércio com a China e a estabilidade dos mercados financeiros globais.

À medida que o ano avança, o foco estará no desenrolar das negociações orçamentárias e na capacidade do governo de conter a deterioração fiscal sem prejudicar o crescimento econômico.

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