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Com inflação e efeitos da pandemia, indústria recua em julho

Mês registrou queda de 1,3% influenciado pelo desempenho pior de 19 das 26 atividades; com resultado, setor volta a estar abaixo do nível pré-Covid

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 set 2021, 10h04 - Publicado em 2 set 2021, 09h43

A produção industrial apresentou queda de 1,3% na passagem de junho para julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira, 2. Com o resultado, o setor fica 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. No ano, a indústria acumula alta de 11% e, em doze meses, de 7%.

O resultado de julho foi influenciado pelo recuo em duas das quatro grandes categorias econômicas — bens de consumo duráveis (-2,7%) e bens intermediários (-0,6%) —  e 19 dos 26 ramos pesquisados. De acordo com André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal, o resultado permanece ligado aos efeitos da pandemia da Covid-19. “Com o avanço da vacinação e a flexibilização das restrições, a produção industrial agora sente os efeitos do encarecimento do custo e do desarranjo de toda cadeia produtiva”, observa. Vale lembrar que em janeiro de 2021, a produção industrial chegou a estar 3,5% acima do patamar pré-pandemia.

Os efeitos da demanda doméstica também contribuem para o resultado. Uma das influências negativas mais importantes da produção industrial de julho foi do setor de bebidas, que caiu 10,2%, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas, quando acumulou alta de 11,7%. Outro setor que pressionou o resultado foi de produtos alimentícios, com queda de 1,8%, a segunda seguida, acumulando perda de 3,8%.

A pressão inflacionária, com a alta de energia, combustíveis e alimentos deixa o orçamento das famílias mais curtos, e diminui o poder de compra. “Há dificuldade das pessoas em obter emprego, com um contingente importante fora do mercado de trabalho, a precarização do emprego e a retração na massa de rendimento, como mostrou a PNAD”, enumera Macedo, “O resultado da indústria está no escopo dos resultados de renda, emprego e inflação mostrado pelas demais pesquisas”, observa.

Crescimento em relação a 2020

Frente ao mesmo mês de 2020, a indústria cresceu 1,2% com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 26 ramos, 46 dos 79 grupos e 54,4% dos 805 produtos pesquisados.  Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,2%), metalurgia (24,8%) e máquinas e equipamentos (26,2%).

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Entre as doze atividades em queda, produtos alimentícios (-10,3%) exerceu a influência negativa mais intensa. Entre as contribuições negativas, destacam-se os ramos de bebidas (-15,2%), de indústrias extrativas (-2,7%), de móveis (-14,4%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-9,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-7,1%) e de máquinas, aparelhos e materiais.

André Macedo pondera que essas taxas se devem, em grande medida, à baixa base de comparação, já que em 2020, a produção industrial foi muito afetada pelo isolamento social para conter a pandemia de Covid-19 e atingiu patamares negativos históricos.

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