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Com alta de impostos, expectativa de inflação passa de 7%

Governo anunciou volta da Cide e aumento no PIS/Cofins sobre combustíveis

Por Da Redação
20 jan 2015, 17h31

O pacote com aumento de impostos anunciado na noite de segunda-feira pelo governo federal, que incluiu mais tributos sobre combustíveis, piorou as expectativas de inflação para este ano. As projeções agora ultrapassam os 7%, cada vez mais longes do teto da meta oficial, de 6,5%.

Após o anúncio do pacote de medidas fiscais, o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, já elevou em 0,5 ponto porcentual, a 7,3%, a estimativa de alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano.

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Se confirmada, a alta anual do IPCA será a maior em mais de uma década. Mesmo assim, especialistas acreditam que o cenário não exigirá um aperto monetário maior pelo Banco Central (BC). Isso porque a atividade econômica fraca e a perspectiva de maior rigor fiscal devem, com o tempo, aliviar os preços.

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Hoje a Selic, a taxa básica de juros, está em 11,75%. A expectativa do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) a eleve em, pelo menos, 0,25 ponto porcentual nesta quarta-feira, quando a reunião de dois dias do colegiado termina. Há quem aposte em alta para 12,25% ao ano (alta de 0,5 p.p.).

“Ao mesmo tempo em que tem a inflação mais pressionada agora, tem um alívio maior no fim do ano por causa do fiscal mais apertado e da atividade mais fraca”, disse o estrategista da corretora Icap, Juliano Ferreira, que manteve sua projeção de que Selic irá a 12,50% . “Por isso, o BC pode se dar ao luxo de não colocar a Selic no céu”, acrescentou ele.

Acima do teto – A última vez que a inflação oficial do país ficou acima de 7% foi em 2004, quando o IPCA subiu 7,60%. A meta oficial é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para mais (6,5%) ou menos (2,5%).

Última pesquisa Focus do BC com economistas de instituições financeiras, feita antes do aumentos dos tributos, mostrou que as estimativas eram de que o IPCA subiria 6,67% neste ano, com expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,38%.

Entre as quatro medidas tributárias divulgadas na segubda, que devem elevar a arrecadação neste ano em 20,63 bilhões de reais, a que pesa mais sobre os preços é o retorno da cobrança da Cide e o aumento das alíquotas do PIS/Cofins, que incidem sobre combustíveis.

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Como a Petrobras já informou que os impostos serão repassados aos consumidores via aumento de preços, o economista-chefe do Fator espera que o preço da gasolina suba entre 8% e 9% na bomba e o do diesel, cerca de 3%.

Ajuste – Apesar do cenário de maior pressão sobre a inflação, as ações de maior rigor fiscal têm agradado agentes econômicos, que as consideram essenciais para ordenar as contas públicas.

“Se você está fazendo um ajuste, está colocando a casa em ordem e vai ter que pagar um preço no curto prazo”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, que espera que o IPCA avance 7,1% neste ano. “Mas com medidas de ajuste fiscal, política monetária contracionista e quadro de atividade relativamente fraca, é possível imaginar que os preços voltem a convergir à meta a partir do ano seguinte”, acrescentou Rosa, em linha com o cenário que vem sendo defendido pelo próprio BC.

Encabeçada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), além do presidente do BC, Alexandre Tombini, a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff vêm adotando medidas fiscais mais rígidas com objetivo de recuperar a confiança na economia.

(Com agência Reuters)

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