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Com a abertura de fronteiras, cresce a oferta de voos para o exterior

A queda das restrições aos turistas brasileiros amplia oferta das companhias aéreas — mas a plena retomada ainda é uma incógnita

Por Sabrina Brito Atualizado em 4 jun 2024, 12h51 - Publicado em 11 set 2021, 08h00

Boas notícias sopram de além-­mar: os europeus estão reabrindo suas fronteiras para os brasileiros. Com isso, as companhias aéreas — até há pouco tempo voando por céus de incerteza — voltam a oferecer voos na esperança de suprir a demanda contida em mais de um ano de pandemia. É verdade que os efeitos colaterais do novo coronavírus, como a quebra da cadeia de suprimentos e a inflação dos combustíveis, ainda devem empacar a retomada até 2023, mas há sinais inequívocos de que o fluxo de passageiros está ganhando força, a começar pelos voos domésticos, que já estão bem próximos dos níveis pré-crise. “Deveremos encerrar o ano com 80% a 85% da oferta de voos que tínhamos antes”, assegura Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Segundo ele, espera-se que no primeiro trimestre de 2022 a normalidade retorne a esse segmento de negócios.

No contexto internacional, as linhas aéreas estão prontas para funcionar, mas cada país está indo em uma direção diferente quanto aos protocolos de chegada. O governo português anunciou a liberação para viajantes vindos do Brasil a partir de 1º de setembro, com reavaliação no dia 16. Para entrar no país, não é preciso fazer quarentena, mas será exigido o teste molecular RT-­PCR negativo realizado até 72 horas antes do embarque ou o teste rápido de antígeno feito até 48 horas antes da viagem. Portugal faz bem em aliviar a burocracia, pois fatura bastante com o turismo, já que é um dos destinos preferidos dos brasileiros, recebendo cerca de 1,3 milhão de visitantes por ano.

arte aviação

Com o anúncio da reabertura, a TAP Air Portugal tratou de ampliar o número de voos, indo dos atuais 37 semanais para 52 até o fim de outubro. De acordo com dados coletados por VEJA, a brasileira Azul também registrou aumen­to na procura de Portugal como destino, enquanto a Latam reportou crescimento de 300% na busca por passagens aéreas assim que passou a ofertar mais voos para a capital, Lisboa. Ali ao lado, ainda dentro da Península Ibérica, a Espanha também está abrindo seus braços para os brasileiros, contanto que o turista esteja plenamente imunizado contra a Covid-19. O bom é que os espanhóis aceitam qualquer uma das vacinas atualmente usadas no Brasil, contanto que tenham sido aplicadas há pelos menos catorze dias e o viajante traga consigo o certificado original.

Enquanto grande parte da Europa vai removendo as barreiras de entrada, os Estados Unidos continuam praticamente imóveis. Quem estiver muito disposto a viajar para lá ainda tem de fazer um périplo capaz de testar até o mais paciente dos mortais. Para entrar em território americano, é preciso viajar primeiro a um outro país cuja fronteira com os Estados Unidos esteja abertas — o México, por exemplo — e passar uma quarentena de duas semanas no local. O México, por sua vez, não implementou restrições específicas a passageiros vindos do Brasil, o que pode facilitar as coisas.

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Para acompanhar o movimento de reabertura gradual das nações, as aéreas nacionais ajustam o passo para vender mais voos internacionais. A Latam já tem aeronaves saindo de São Paulo rumo a Madri, Paris, Frankfurt, Montevidéu, Cidade do México, Cancún e Bogotá, e a frequência para França e Espanha deve aumentar em outubro. Entre as brasileiras, a única que ainda não retomou as viagens internacionais é a Gol, que pretende fazer isso só em novembro. As aéreas estrangeiras também estão marcando presença (leia o quadro). “A retomada de todas essas rotas é muito importante para a indústria e para a economia brasileira como um todo”, afirma Diogo Elias, diretor da Latam Brasil, que lembra que o transporte aéreo foi atingido em cheio pela crise. Marcelo Ribeiro, diretor da Azul, compartilha do otimismo, mas aposta na cautela: “Há interesse do brasileiro em viajar, mas o dólar e a variante delta ainda podem atrapalhar o setor”. Os próximos três meses, portanto, serão determinantes para apontar como será o mercado em 2022. A torcida é para que a recuperação seja um voo de águia, forte e consistente, e não um sobrevoo de galinha.

Publicado em VEJA de 15 de setembro de 2021, edição nº 2755

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