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Classe média pagará mais por crédito imobiliário, diz presidente da Caixa

Segundo ele, há a opção de buscar crédito no Santander, Bradesco ou Itaú. As menores taxas serão para o Minha Casa Minha Vida

Por Redação
Atualizado em 8 jan 2019, 00h30 - Publicado em 7 jan 2019, 16h03

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, sinalizou nesta segunda-feira, 7, que a instituição deve elevar a taxa de juros do financiamento imobiliário concedido para a classe média. De acordo com ele, a classe média terá de pagar juros de mercado na Caixa ou procurar opções de crédito nos bancos privados.

“Classe média tem de pagar mais ou vai buscar crédito no Santander, Bradesco ou Itaú. Na Caixa Econômica Federal, vai pagar um juro maior que o do Minha Casa Minha Vida certamente, porque vai ser um juro de mercado”, afirmou ele após ser empossado presidente da Caixa, o maior banco de financiamento imobiliário do país.

Segundo Guimarães, os recursos mais baratos para a concessão de crédito habitacional — que vêm do FGTS ou poupança — devem ser destinados para o financiamento de famílias de menor poder aquisitivo, atendidas pelo programa Minha Casa Minha Vida. Para os usuários desse programa, não haverá elevação dos juros do financiamento. “O juro não vai subir para o Minha Casa Minha Vida. Juro de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre”, afirmou.

O novo presidente da Caixa disse que o banco buscará outras fontes de recursos para financiar a concessão de crédito imobiliário para a classe média. Entre as opções estão a venda de carteira de financiamentos imobiliários ativos e a venda de imóveis retomados por inadimplência.

“São 60.000 imóveis [retomados]. E isso tem que ser resolvido. Você vai ter que ter uma metodologia de venda de 1.000 imóveis, 2.000 imóveis, 3.000 imóveis ao longo do ano. A maior parte desses imóveis é da Minha Casa Minha Vida, faixas 1 e 2″, disse ele.

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Para Guimarães, será preciso vender crédito da carteira da Caixa, “como ocorre em qualquer país do mundo”, para continuar financiando a classe média. “Na verdade, a pergunta é por que a Caixa e os outros bancos brasileiros ainda não fizeram isso?”, questionou o presidente da Caixa.

“É fundamental discutir mais a parte imobiliária. Hoje, temos problemas de funding. Venderemos de 50 bilhões de reais a 100 bilhões de reais no mercado financeiro, cinco a dez vezes mais do que foi feito em toda a história”, afirmou Guimarães.

Abertura de capital

O presidente da Caixa também afirmou que o banco pode fazer até três aberturas de capital de unidades neste ano, com a área de seguridade sendo a mais adiantada. Ele mencionou outros alvos de abertura: cartões, operações de loterias e gestão de fundos (asset management).

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A operação com a asset management da Caixa é a que demandará mais tempo, porque será necessário criar uma distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM), que necessitará da autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), explicou Guimarães.

Os recursos levantados nas operações ajudarão a Caixa a pagar à União a dívida de 40 bilhões de reais que possui em Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs).

“Eu tenho quatro anos para fazer esse pagamento e o farei. As operações [de abertura da capital] já estão adiantadas, e nós faremos ao menos duas esse ano, talvez três. Mas pelo menos duas é meu compromisso com o ministro Paulo Guedes”, afirmou o presidente da Caixa, acrescentando que uma delas deverá ocorrer ainda no primeiro semestre.

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Em dezembro, antes da posse do governo de Jair Bolsonaro, o então secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda, Alexandre Manoel Angelo da Silva, afirmou que estava tudo pronto para o leilão da empresa de loterias instantâneas da Caixa, a Lotex, em fevereiro deste ano.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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