Cidade de data centers no Rio de Janeiro: o anúncio bilionário da Elea
Projeto em parceria com a prefeitura, terá capacidade inicial de 1,5 GW e promete transformar região em um dos maiores polos de tecnologia da América Latina

O Rio de Janeiro terá uma cidade de data centers, na região do Parque Olímpico da cidade. Chamado de Rio AI City, o projeto é fruto de uma parceria da Elea com a prefeitura do Rio. A capacidade energética inicial é de 1,5 GW dedicada a cargas de trabalho de inteligência artificial e cloud, com potencial de expansão para até 3,2 GW.
A iniciativa receberá bilhões de dólares em investimento, consolidando-se como um dos maiores projetos nessa linha da América Latina e do mundo, diz a Elea. Atualmente a empresa, com sede no Rio de Janeiro, tem data centers em mais regiões do Brasil do que qualquer outra do mesmo setor.
A Rio AI City será totalmente abastecida com energia renovável e, segundo a empresa, a primeira etapa do projeto já começou, com o primeiro data center (chamado RJO1) funcionando. Agora, está sendo construindo o segundo centro (RJO2), que deve começar a operar em 2026 com capacidade de 80 megawatts (MW).
Depois disso, virão mais dois centros, o RJO3 e o RJO4, que juntos vão adicionar mais 120 MW. A expansão vai continuar até chegar a 1,3 gigawatts (GW) extras, completando o objetivo de 1,5 GW nessa primeira fase. E, no futuro, esse total pode chegar a 3,2 GW.
Rio, capital digital
O lançamento da Rio AI City , segundo o presidente da Elea, Alessandro Lombardi, reforça o compromisso em consolidar o Rio como capital global da inteligência artificial e da nova economia digital. A cidade abriga projetos como o Porto Maravalley, novo polo educacional de tecnologia da América Latina. Principal símbolo da aspiração digital da capital fluminense, o projeto foi inaugurado no ano passado.
“A transformação digital exige uma infraestrutura sólida, sustentável e conectada à cidade. A Rio AI City representa o compromisso da Elea com o ecossistema de inovação, e reforça o papel do Rio, nossa cidade, como uma das capitais globais da IA e da nova economia digital”, diz Lombardi.
O anúncio vem também em um momento em que o governo federal tenta atrair recursos para projetos de data centers com energia renovável. Na recente viagem aos EUA, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciou uma ofensiva para atrair até 2 trilhões de reais em investimentos em data centers no Brasil nos próximos dez anos.
O plano do governo oferece desoneração fiscal, segurança jurídica e energia limpa como atrativos para empresas como Google, Nvidia e Amazon. A proposta inclui isenção de tributos federais sobre bens de capital voltados à tecnologia da informação e sobre exportações de serviços realizados a partir desses centros. Um dos destaques é a antecipação dos benefícios da reforma tributária já aprovada.