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China vai ‘rasgar’ o Brasil com ferrovias? Entenda os projetos na área

Transporte ferroviário é considerado estratégico para a operação do megaporto de Chancay, o maior investimento da China na América do Sul

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 Maio 2025, 15h15 - Publicado em 12 Maio 2025, 14h57

Brasil e China voltaram a discutir a retomada do projeto da Ferrovia Bioceânica — uma linha de trem que conectaria o porto de Chancay, no Peru, ao porto de Ilhéus, na Bahia, passando por estados como Acre e Tocantins. A proposta é criar um corredor ferroviário ligando os oceanos Pacífico e Atlântico, com o objetivo de facilitar o escoamento de cargas entre os dois continentes. A ideia da ferrovia não é nova e remonta à década 1950, mas ganhou mais fôlego em 2014, quando os governos brasileiro, peruano e chinês estabeleceram uma parceria para o financiamento e o compartilhamento dos estudos da construção da ferrovia.

Atualmente, a ferrovia é considerada estratégica para a operação do megaporto de Chancay, o maior investimento da China na América do Sul. A estatal chinesa Cosco Shipping aportou 1,3 bilhão de dólares no projeto. Para ganhar escala e competitividade, no entanto, a estrutura portuária peruana depende da conexão ferroviária com o território brasileiro.

Os estudos em andamento preveem ao menos três conexões com a Ferrovia Norte-Sul, além da integração com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), ainda em construção. A expectativa é que esse novo corredor logístico reduza em até dez dias o tempo de transporte de produtos brasileiros até a China, hoje feito via Oceano Atlântico.

A Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão, ligando Figueirópolis (TO) ao porto de Ilhéus (BA). No mês passado, uma delegação de engenheiros do governo chinês visitou trechos da Fiol e o Porto Sul, na Bahia, para avaliar o andamento das obras e analisar a viabilidade do projeto de ligação ferroviária com o megaporto do Peru.

Segundo o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, a ideia é implantar um corredor ferroviário estruturante para cargas, conectando Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A produção da região central do país seria levada por trilhos até o litoral do Pacífico, para embarque no porto de Chancay,

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Eixo relevante do projeto, chamado de Fico-Fiol, prevê a concessão à iniciativa privada das ferrovias de Integração Centro-Oeste (Fico) e da própria Fiol. Considerado prioritário no Novo PAC, o empreendimento prevê 2,7 mil quilômetros de trilhos entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em 28,7 bilhões de reais. As ferrovias serão integradas à Ferrovia Norte-Sul, consolidando um novo corredor de exportação para o agronegócio e a mineração.

Além da Bioceânica, duas outras rotas também estariam em análise com participação de gigantes chinesas do setor ferroviário — a CRCC ( China Railway Construction Corporation)  e a CREC (China Railway Engineering Corporation) Uma das propostas liga o Porto do Açu (RJ) a Porto Velho (RO), passando por Corinto (MG), Uruaçu (GO) e Lucas do Rio Verde (MT). A outra conectaria o Porto de Santos (SP) a Antofagasta, no Chile, atravessando Paraguai e Argentina ao longo de 2.396 quilômetros.

 

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