CargoX capta R$ 1,1 bilhão, muda de nome e torna-se unicórnio
Empresa atrai gigantes como SoftBank e Tencent, além de Jeb Bush, e transforma-se em Frete.com; expansão internacional se dará no próximo ano

Depois de se formar em economia, o argentino Federico Vega decidiu conhecer diversos países da América do Sul a bordo da própria bicicleta. Ao percorrer estradas de Argentina, Brasil e Chile, descansando em paradas de caminhoneiros, conheceu a realidade inglória da categoria, que roda boa parte do tempo sem carga, depreciando os veículos e consumindo diesel à toa. Vega decidiu, em 2016, criar a CargoX, uma empresa que nasceu, em São Paulo, para conectar cargas e caminhoneiros ociosos pelo país. O negócio deu certo. Nesta quarta-feira, 10, a empresa anunciou que se tornou um novo unicórnio (startup avaliada em mais de 1 bilhão de dólares), ao receber um aporte bilionário, capitaneado pelas gigantes SoftBank e Tencent. Além disso, o grupo, composto pelas marcas CargoX, FreteBras e FretePago, passa a atender por um novo nome: Frete.com.
Com o novo aporte, avaliado em 1,14 bilhão de reais, a empresa chegou ao volume total captado de 2,2 bilhões de reais. Além de SoftBank e Tencent, participaram da rodada Series C investidores renomados como Henry Kravis, fundador do fundo KKR, e Jeb Bush, 43º governador da Flórida (EUA) e irmão do ex-presidente americano George W. Bush. O montante amealhado será destinado a crescer a FreteBras, aumentando o número de transportadoras e de caminhoneiros que se conectam por meio da plataforma; aprimorar a plataforma FretePago, usada para transações entre as partes envolvidas; além de contratar novos funcionários: a ideia é ampliar o quadro de 1.300 para 3.500 trabalhadores até o final de 2022.
“A gente separou a empresa em três. Agora, a CargoX estará focada exclusivamente em ajudar as transportadoras a realizar uma virada digital, auxiliando a gerir a carga, conferir a documentação, a monitorar o óleo diesel etc. A FreteBras fica encarregada de conectar as cargas aos caminhoneiros”, explica Vega. “A FretePago, por sua vez, funciona como meio de pagamento e capital de giro para o caminhoneiro e a transportadora. É o nosso braço financeiro, que ajuda a inibir o calote no pagamento do frete e a forma como nós conseguimos emprestar dinheiro para transportadoras menores, que encontram algumas dificuldades junto aos bancos.”
Em 2021, a empresa estima que irá transacionar mais de 100 bilhões de reais por meio da plataforma, montante destinado a ressarcir o serviço de 615.000 caminhoneiros cadastrados e ativos na plataforma. Segundo Vega, há mais de 80.000 transportadoras utilizando os serviços da startup enquanto o valor da carga transportada já chega a cerca de 2,5 trilhões de reais ao ano. Com o volume captado, a empresa pretende iniciar uma expansão para países como Argentina, Chile e Paraguai, além de mapear oportunidades para fusões e aquisições. “Vamos investir bastante nos próximos dois anos para acelerar o desenvolvimento da empresa no Brasil. Também podemos fazer algumas fusões e aquisições se encontrarmos uma equipe boa, com uma cultura bem alinhada com a nossa.”