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Nova paralisação de caminhoneiros tem baixa adesão

Manifestantes fecharam pontos da rodovia Dutra e o acesso ao Porto de Santos; agora, resta apenas um ponto de paralisação na Dutra

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2018, 11h35 - Publicado em 10 dez 2018, 09h40

Uma greve de caminhoneiros, marcada para esta segunda-feira, 10, teve baixa adesão entre os profissionais da classe. Três pontos de alto movimento de caminhões foram fechados pelos manifestantes, mas dois deles já foram liberados.

O primeiro ponto de manifestação foi a Avenida Engenheiro Augusto Barata, chamada de Reta da Alemoa, em Santos (SP). A via leva ao Porto de Santos, o maior do país e responsável pelos embarques e desembarques de um terço do comércio internacional brasileiro.

Segundo a Companhia Docas de São Paulo, cerca de 20 caminhões interromperam o trânsito durante a madrugada e tentaram convencer caminhoneiros que estavam entrando no porto a aderir a manifestação. No entanto, quando a Polícia Militar e a Guarda Portuária chegaram ao local, os manifestantes liberaram o acesso ao porto. Segundo a Companhia Docas, não há mais qualquer manifestação no local e o porto opera normalmente.

Os caminhoneiros fecharam também dois pontos da rodovia Dutra (BR-116). Um em Pindamonhangaba, em São Paulo, e outro próximo de Volta Redonda, no Rio. Apenas o segundo segue interditado, segundo a concessionária Nova Dutra.

Ivair Schmidt, líder do Comando Nacional dos Transportes, os caminhoneiros estão tentando organizar uma nova paralisação geral devido à liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, revogando multas por descumprimento à tabela do frete imposta pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).

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Essa foi uma das medidas implementadas pelo governo para acalmar os caminhoneiros em maio deste ano, quando eles pararam o país por três dias. A outra principal medida foi criar a subvenção ao diesel, barateando o principal combustível utilizado pelos caminhoneiros.

“Essa manifestação pode crescer ainda, por ser na Dutra. É uma rodovia que traz visibilidade ao movimento”, diz Schmidt. “Os caminhoneiros estão bravos com a decisão do Fux. Se o governo não tomar uma posição mais autoritária, isso pode ganhar proporções maiores.”

Na semana passada, Veja revelou que dois dias antes de o ministro Fux deferir a liminar suspendendo as multas relativas ao não cumprimento da tabela do frete, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicou o resultado de um leilão de frete que ficou abaixo do mínimo da tabela.

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No leilão, todos os 12 lotes para transporte de milho a granel ficaram abaixo do mínimo da tabela de referência, divulgada pela própria Conab. Chama a atenção o lote 11, que ficou com uma diferença de 31% em relação ao preço de referência. Para o cálculo do preço mínimo, foi utilizado como referência caminhões com cinco eixos, que suportam cargas de até 37 toneladas.

“Pela lei, o governo teria que multar ele mesmo. O governo descumpriu uma lei que ele criou”, reclama Schmidt. A Conab, à época, afirmou que há possibilidade de o preço de fechamento ficar inferior ao valor referencial mínimo caso os transportadores utilizem caminhões com configurações diferentes – com maior capacidade de carga.

Truculência

Caminhoneiros afirmam que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) agiu com truculência contra os manifestantes na manifestação que paralisou o KM 276 na Dutra, perto de Volta Redonda (RJ). Eles alegam que um policial apontou uma arma e um taser (arma de choque) contra os caminhoneiros.

Segundo Ricardo de Paula, chefe da comunicação social da PRF, a corporação não vamos permitir que se fechem as rodovias. “Não podemos impedir ninguém de se manifestar, entretanto, existem normas e o código de trânsito que não permite que se feche as rodovias. Nossa atuação é no sentido de garantir a fluidez do tráfego até onde seja possível. Isso independe de quem seja. Para garantir a fluidez das pessoas que não querem se manifestar”, disse.

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