Brasileiros ficam sem receber após ‘cederem’ íris a projeto World
Plano é liderado por Sam Altman, CEO da OpenAI, com o objetivo diferenciar seres humanos de robôs e inteligências artificiais

Brasileiros que cederam sua íris ao projeto World em troca de dinheiro estão reclamando sobre a plataforma da empresa ao afirmarem que ela não oferece o suporte necessário. 400 mil pessoas participaram do projeto, incluindo alguns que relataram que ficaram sem o pagamento prometido. O plano é liderado por Sam Altman, CEO da OpenAI, e tem como objetivo diferenciar seres humanos de robôs e inteligências artificiais (IA) ao desenvolver uma World ID para cada usuário humano, espécie de “passaporte” que serve como uma “prova de humanidade”.
Nesta terça-feira, 11, a Tools For Humanity, empresa responsável pelo World ID, anunciou a suspensão temporária da coleta de íris dos brasileiros. A medida foi imposta na mesma semana em que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu o projeto de remunerar pessoas pela coleta de sua biometria. A ANDP também exigiu que a empresa cumpra a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e indique um responsável pelo tratamento de dados pessoais coletados no Brasil.
Fontes ouvidas pelo g1 contam que a principal motivação para participar foi o dinheiro, mesmo que não soubessem totalmente o motivo pelo qual estivessem o fazendo. Segundo essas pessoas, a World oferecia até 600 reais aos participantes, mas, ao instalarem o aplicativo, os usuários descobriram que o pagamento imediato era feito em 20 criptomoedas Worldcoin, que hoje valem 7,06 reais cada.
O maior problema enfrentado foi no aplicativo do World App. Alguns participantes afirmaram que tiveram dificuldades em acessar sua conta e, para tentar resolver, desinstalaram e instalaram novamente o app. Então, ao tentar logar novamente, não conseguiram mais acessar sua conta, mesmo digitando a senha corretamente. “Perdi a conta e o dinheiro”, afirmou uma usuária.
Em resposta, a Tools for Humanity disse em nota que não oferecia nenhum pagamento às pessoas que cederam suas íris, mas sim um token digital opcional e voluntário “como incentivo para que usuários verificados participem do ecossistema da World”. De acordo com a empresa, o ponto de contato para orientação sobre o processo de verificação são os espaços físicos da World espalhados pelo Brasil.
Com relação ao suporte do World App, a World afirma que oferece um canal de suporte na plataforma, pelo qual os atuais participantes podem esclarecer suas dúvidas a respeito dos tokens. Além disso, ela reforça que é fundamental que os usuários façam um back-up do aplicativo no local de sua preferência ou incluam um número de celular para recuperar a sua conta. Para mais informações sobre o projeto, acesse o seu site.