Brasil tem fechamento de 20.832 vagas de emprego em 2017
Número indica diferença entre contratações e demissões; em 2016, o saldo foi de 1,32 milhão de vagas a menos, segundo dados do Ministério do Trabalho
O Brasil registrou fechamento de 20.832 vagas de emprego formal em 2017, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira. O número indica a diferença entre as contratações e demissões no período. Apesar da queda, o resultado foi considerado positivo pelo governo, pois indica perdas menores que os saldos negativos de 2016 e 2015 (-1,32 milhão e -1,53 milhão)
Segundo o Ministério do Trabalho, o saldo em dezembro foi de 328.539 vagas a menos. O resultado é consequência a 910.586 admissões e 1.239.125 desligamentos no mês.
No ano, houve aumento de vagas principalmente no comércio (40.087) e no setor agropecuária (37.047) e de serviços (36.945). Esses dois setores haviam registrado saldos anuais negativos em 2016 – de 197.495, 14.193 e 392.574 vagas, respectivamente.
Já a construção civil e a indústria de transformação tiveram as maiores reduções em 2017 (103.968 e 19.900 postos a menos, respectivamente). Em 2016, os dois setores também haviam acumulado baixas, de 361.874 e 324.150 postos formais.
Entre as regiões do país, houve saldo positivo na geração de empregos no Centro-Oeste, com saldo positivo de 36.823 postos, e no Sul, onde foram geradas 33.395 novas vagas. O resultado da região Norte foi considerado estaável, com fechamento de 26 vagas. Sudeste (-76.600) e Nordeste (14.424) tiveram quedas no saldo anual de 2017.
Recuperação
O Ministério do Trabalho considera que os dados do ano indicam uma recuperação no trabalho formal, que registrou a maior perda da história em vagas no ano de 2015 – saldo negativo de 1.534.989, na série ajustada. “Para os padrões do Caged, esta redução em 2017 é equivalente à estabilidade do nível de emprego, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando”, afirmou o ministro do Trabalho substituto, Helton Yomura.
O Caged monitora a evolução do emprego com carteira de trabalho assinada, mas a redução no desemprego no país iniciada no fim do último ano tem sido motivada pelo aumento no emprego informal e por conta própria. Segundo os dados do IBGE, 11,9% das pessoas que procuraram trabalho não conseguiram ocupação no trimestre encerrado em novembro. A leitura de especialistas é de que o desemprego terá uma pequena redução em 2018, mas o total de pessoas empregadas e o nível de formalidade vão aumentar.
Trabalho intermitente
O Caged de dezembro contabilizou 2.851 admissões e 277 desligamentos para trabalho intermitente em dezembro. A modalidade foi criada com a reforma Trabalhista, em vigor desde novembro, e estipula que o trabalhador é convocado segundo a demanda do empregador, recebendo apenas pelo período efetivamente trabalhado.