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Brasil precisa usar COP30 para mostrar que está na vanguarda energética, dizem executivos

Infraestruturas intensivas em energia, como data centers, poderiam migrar para o Brasil

Por Felipe Erlich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 Maio 2025, 13h43

A COP30, que será sediada em Belém (PA), em novembro, é uma oportunidade única para o Brasil mostrar ao mundo que está na vanguarda da geração de energia limpa e, com isso, atrair investimentos verdes para o país. A análise é compartilhada pelos executivos Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE Advisory), e Max Xavier Lins, presidente do grupo de energia Delta. “O que é uma meta distante em outros países, para nós já é realidade há décadas”, disse Lins durante o evento ‘COP30: O que o Brasil deve entregar para o mundo em Belém’, organizado por VEJA, no hotel Rosewood, nesta segunda-feira, 26.

O presidente do Delta diz que a matriz elétrica brasileira, cerca de 90% composta por fontes limpas, é três vezes mais avançada nesse aspecto do que a média mundial — colocando o Brasil em uma posição extremamente privilegiada. Além do Brasil estar muito à frente de seus pares internacionais quando o assunto é geração de eletricidade limpa, a demanda mundial por energia não para de crescer — em parte impulsionada pelo surgimento de novas tecnologias. É o caso da inteligência artificial (IA), da computação em nuvem e das criptomoedas, que são intensivas em sua demanda por eletricidade. “A infraestrutura necessária para essas tecnologias, os data centers, vão consumir mais energia que o Japão em 2030”, diz Rodrigues.

Enquanto o mundo demanda cada vez mais energia, o Brasil produz eletricidade limpa em excesso, lembra o chefe do Delta. Picos na oferta de energia renovável durante momentos em que há muita luz solar e correntes de vento frequentemente levam o Sistema Interligado Nacional a promover cortes no fornecimento. A combinação desses fatores posiciona o Brasil como um país muito competitivo no segmento. “Faz todo o sentido do mundo trazer infraestruturas que demandam energia, como data centers, para o Brasil”, diz Lins.

O presidente da Delta não acredita na capacidade do Brasil direcionar o seu potencial competitivo à exportação de energia limpa, contudo. “Essa história de produzir hidrogênio e exportar para a Europa e outras regiões é inviável, não vai acontecer nunca”, diz Lins. “A lógica é inversa. É necessário trazer a demanda para perto de nós”. Em paralelo, ambos os executivos alertam para a falta de confiabilidade das duas principais fontes de energia renovável, eólica e solar, uma vez que elas só contribuem para a geração nacional quando há sol ou vento. “A gente quer continuar usando o ChatGPT quando não tem sol e vento”, diz o sócio do CBIE.

Max Lins insiste na necessidade do Brasil investir na construção de novas usinas hidrelétricas, uma vez que a fonte de eletricidade é constante — e serve de base para o sistema brasileiro por essa razão. Todos os países precisam de fontes de energia que possa ser gerada de maneira constante. A escolha por hidrelétricas ou usinas nucleares, por exemplo, depende das características únicas de cada país. “A gente precisa valorizar o atributo de cada fonte”, diz Rodrigues.

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