Brasil mostra força da inovação e vê avanço de investimento em startups
Na América Latina, foram 14,8 bilhões de dólares em aportes em empresas novatas até setembro — mais do que o dobro em relação a 2020
Na geografia da inovação, a América Latina e, em especial, o Brasil nunca foram vistos como zonas de grande potencial de desenvolvimento tecnológico. No entanto, algo mudou em 2021, e a região registrou recordes em investimentos em startups. Segundo a consultoria CB Insights, foram 14,8 bilhões de dólares em aportes em empresas novatas latino-americanas até setembro — mais do que o dobro em relação a 2020, que até então era o melhor ano em captação. Tal performance só se materializou porque os empreendedores brasileiros, assim como mexicanos e colombianos, conquistaram a confiança de investidores nacionais e globais, mostrando que é possível resolver gargalos estruturais de seu país por meio da tecnologia. Exemplo maior desse processo, o banco digital Nubank, que abriu o caminho para a desburocratização do sistema financeiro no Brasil, chegou à Bolsa de Valores de Nova York avaliado em mais de 230 bilhões de reais, colocando-se como a quarta mais valiosa companhia brasileira, superando bastiões das finanças como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil. O sucesso anima outros empreendedores a seguir rota parecida. “A transformação digital fez com que as barreiras geográficas fossem reduzidas e os negócios já nascessem com foco na expansão internacional”, diz André Barrence, diretor da divisão do Google voltada para apoio a startups na América Latina.
Por uma certa ironia, desenvolver negócios no país é tão complicado que as startups de sucesso passaram a ser encaradas como modelos de inovação global. Empresas que se demonstram capazes de encontrar soluções para superar as barreiras de um país tão extenso e complexo passaram a atrair grandes fundos de investimento internacionais. “O consumidor brasileiro gosta de tecnologias e isso ajuda a fazer com que o país se torne um celeiro de startups”, diz o americano Michael Nicklas, sócio do Valor Capital Group, que investe em empresas inovadoras. Não à toa, o país foi berço da maioria das mais de quarenta empresas inovadoras latino-americanas que superaram o valor de mercado de 1 bilhão de dólares. Se depender do apetite dos fundos globais, outras tantas estão por vir em breve.
Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770
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