Bradesco estuda fechar até 200 agências neste ano, diz presidente
O banco fará uma revisão de sua rede de 4.750 pontos de atendimento; o foco da instituição é de aumentar as receitas
O Bradesco está estudando o fechamento de até 200 agências este ano em meio a uma revisão de sua rede de 4.750 pontos de atendimento, disse nesta terça-feira o novo presidente da instituição, Octavio Lazari. O executivo assumiu o comando do segundo maior banco privado do país na segunda-feira.
Após a aquisição de 800 agências brasileiras do HSBC Brasil em 2016, por 5,2 bilhões de dólares (16,95 bilhões de reais), o Bradesco fechou por volta de 565 agências no ano passado. Depois de conseguir grandes economias de custos com a aquisição, o banco está agora focado em ampliar o faturamento. “Grande parte do aumento das receitas virá do maior número de produtos vendidos por cliente”, disse o executivo em entrevista na sede da empresa, em Osasco (SP).
O Bradesco quer elevar o número médio de produtos vendidos de 1,6 atualmente para 2 por cliente até o final deste ano, disse Lazari. Ele acrescentou que o banco tem usado ferramentas de análise de dados para identificar quais produtos devem ser oferecidos a cada um de seus 30 milhões de clientes.
Lazari, 54 anos, foi indicado para a presidência-executiva do Bradesco em fevereiro, em substituição a Luiz Carlos Trabuco Cappi, que passou a presidente do conselho de administração da instituição. As nomeações marcam uma mudança de geração para a instituição. O ex-presidente do conselho, Lázaro Brandão, de 91 anos, deixou o posto em outubro.
O novo presidente afirmou que o Bradesco está concentrado em expandir serviços digitais não apenas por meio do banco online Next, lançado no final de outubro e com apelo entre clientes mais jovens, mas também trabalhando conjuntamente com startups de tecnologia financeira, as fintechs. A empresa digital tem atualmente cerca de 80 mil clientes, segundo Lazari.
O executivo comentou que o orçamento do Bradesco em 2018 prevê um retorno sobre patrimônio estável com a performance de cerca de 18% do ano passado, que ficou abaixo do nível alcançado pelo Itaú Unibanco . “Apostamos num Brasil que ia dar certo, mas que infelizmente não deu ainda”, disse o executivo. “Mas não perdemos a crença de que ainda vai dar certo.” Lazari afirmou que o setor bancário precisa “apreender a conviver com juros baixos” e acrescentou que “não espera que os juros voltem a níveis elevados”.