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Bolsonaro diz que estatais não são deficitárias e contradiz Paulo Guedes

Em discurso na ONU, presidente diz que em seu governo as estatais dão lucro; empresas dependentes custaram cerca de 20 bilhões de reais em 2020

Por Luana Meneghetti
Atualizado em 21 set 2021, 12h37 - Publicado em 21 set 2021, 12h22

“Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões”, foi assim que o presidente Jair Bolsonaro iniciou o seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nos Estados Unidos. O presidente continuou o discurso dizendo que, antes da sua gestão, o Brasil “estava à beira do socialismo e que nossas estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, e hoje são lucrativas”. A fala, no entanto, contradiz a área econômica e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

No início do ano, Guedes afirmou que o governo brasileiro gasta cerca de 20 bilhões de reais ao ano para manter estatais deficitárias, que não dão lucro — um argumento inclusive utilizado para defender a privatização, um dos grandes pilares da agenda econômica do governo. Segundo o Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais, do Tesouro Nacional, das 46 estatais do país, 19 são consideradas dependentes, ou seja, não podem se manter com recursos financeiros próprios. No ano passado, elas custaram ao Tesouro Nacional 19,4 bilhões de reais. 

Na ocasião, o ministro chegou a dizer que, se a Eletrobras não fosse privatizada, o país poderia sofre um apagão em um prazo de 15 anos, em razão de a companhia não ter caixa suficiente para modernizar a rede elétrica brasileira. Quando Guedes assumiu o cargo, o seu plano era gerar 1 trilhão de reais de caixa para os cofres públicos com as privatizações e a venda de imóveis da União. Mas, passados dois anos, não conseguiu atingir nem 10% da meta.

Capitalização

Mesmo com a defesa das estatais feita na ONU, o governo segue o plano das privatizações. Bolsonaro sancionou este ano uma medida provisória que viabiliza a a injeção de recursos privados na Eletrobras. O plano do governo é capitalizar a empresa por meio da venda de ações da estatal na bolsa de valores. A estimativa é que a venda do controle acionário da companhia gere um caixa de cerca de 100 bilhões de reais para os cofres públicos. 

Os Correios também estão na lista de empresas estatais a serem privatizadas. O projeto de privatização da empresa de logística foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado.  

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