Bolsonaro age como se fosse presidente e aponta feitos econômicos
Pelo Telegram, o ex-presidente enviou três mensagens sobre realizações de seu governo após atos de terrorismo cometidos por seus apoiadores em Brasília

Derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, o ex-presidente Jair Bolsonaro continua fazendo comunicados como se ainda fosse o chefe do Executivo em seu perfil na rede social Telegram. Desde o dia 1º de janeiro, Bolsonaro fez 24 comunicados pelo canal. Os últimos três foram feitos na noite de domingo, 8, depois de ataques terroristas por parte de seus apoiadores às sedes dos três poderes, em Brasília.
Os conteúdos fazem referência à “herança bendita” de sua gestão e focam, sobretudo, na sua gestão da economia. Há acenos ao liberalismo, como em relação à venda ‘recorde’ de imóveis da União e a privatizações; ao agronegócio e a programas sociais, como o Auxílio Brasil. Mesmo temas controversos como a desvalorização do real e a disparada da inflação em seu mandato são tratados como positivos pela ótica de 2022.
Sobre o atual governo, há apenas uma menção que refuta uma fala do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, quando este cogitou o fim do “saque-aniversário” do FGTS — mesmo assim, o comentário compartilhado não é de Bolsonaro e sim de seu ex-ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida: “O saque-aniversário do FGTS beneficia mais de 30 milhões de brasileiros. É um erro grosseiro o novo governo querer acabar com ele.”
Nesta segunda-feira, 9, Bolsonaro publicou no Twitter uma lista de 37 medidas de sua gestão, entre 2019 e 2022 e na véspera tentou comparar os atentados a atos praticados em 2013 e 2017 em Brasília. No Telegram, não houve menção aos atos. O ex-presidente desembarcou na Flórida (EUA) no dia 31 de dezembro, antes mesmo de encerrar seu mandato.