Bolsas avançam, após China sinalizar que pode negociar com os Estados Unidos
Embora vaga e genérica, declaração do governo chinês anima os investidores e impulsiona os mercados na volta do feriado do Dia do Trabalho

Por Tássia Kastner
Investidores voltam do feriado de 1º de Maio com notícias positivas – e uma dose de otimismo que chega do exterior. Os futuros americanos avançam no pré-mercado, ampliando os ganhos da véspera, após a China sinalizar que está avaliando a possibilidade de negociar algum acordo com os Estados Unidos capaz de frear a guerra comercial. As bolsas europeias e o EWZ, que representa a bolsa brasileira em Nova York, também avançam.
As declarações partiram do ministério de comércio chinês e são vagas, como costumam ser os comunicados que envolvem diplomacia. Ainda assim, foi o suficiente para investidores vislumbrarem algum alívio.
Isso um dia após a Apple estimar que poderá sofrer 900 milhões de dólares em aumento de custos pela contenda, projeção que pesa sobre os papéis da companhia nesta manhã. As ações da maçã caem 3% no pré-mercado. A dona do iPhone divulgou ontem, após o fechamento do mercado, os resultados do primeiro trimestre, que já apontaram desaceleração nas vendas na China.
A Amazon, que se envolveu durante a semana em uma disputa política com a Casa Branca, também opera em queda após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre. Para além do impacto da possível desaceleração da atividade nos Estados Unidos e aumento no preço dos importados, a divisão de serviços na nuvem cresceu menos que o projetado pelo mercado.
A dúvida que resta para esta sexta-feira é quanto o otimismo sobre um acordo EUA-China será capaz de ofuscar a divulgação do payroll, o dado mais importante de emprego na terra de Donald Trump. O indicador sai logo pela manhã e vem após uma queda do PIB americano no primeiro trimestre e um salto nos pedidos semanais de auxílio-desemprego. Bons negócios.