Bolsa sobe e dólar cai para R$ 3,93 com alívio na tensão entre China e EUA
Ibovespa tem alta de 1,3% e volta ao patamar de 24 de julho; fim da tramitação da reforma da Previdência na Câmara também impacta mercados
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 1,3%, aos 104.115 pontos, no maior patamar desde o dia 24 de julho, com otimismo sobre a disputa comercial entre Estados Unidos e China. Em movimento semelhante, o dólar comercial teve queda de 1,2% em relação ao real, cotado aos 3,93 reais para a venda. Influenciado pelo cenário externo, o mercado brasileiro teve uma quinta-feira positiva. No final da noite de quarta-feira, a China sinalizou intenções de estabilizar a queda da moeda, adotando uma postura mais firme com relação à cotação do câmbio.
Na segunda-feira, o BC chinês, que costuma ter alguma ingerência no câmbio, deixou o yuan, a moeda do país, chegar ao patamar de 7 para 1 com o dólar (um dólar = sete yuans). O movimento foi entendido pelo mercado como uma retaliação à imposição de tarifas de importação pelos Estados Unidos na semana passada. A desvalorização do yuan derrubou mercados pelo mundo, deixando os investidores apreensivos com uma possível escalada de tensões na guerra comercial entre os dois países — que já dura mais de um ano. “Essa semana mostrou como o cenário externo é importante no rumo do mercado brasileiro”, afirma Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de “manipulação cambial” na segunda-feira, mas a tensão baixou desde então, diminuindo a aversão ao risco dos investidores. Os dois países têm uma reunião marcada para setembro, com o objetivo de negociar um acordo à disputa comercial.
No cenário interno, a reforma da Previdência teve seus destaques (partes do texto votadas em separado) analisados — e rejeitados — na quarta-feira, 7, encerrando sua tramitação na Câmara dos Deputados. Agora, o texto está no Senado. O relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Casa será o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). A aprovação foi bem vista pelo mercado financeiro, mas já estava precificada. “A grande surpresa seria se não passasse”, diz Salomão.
(Com Reuters)