Bolsa de valores opera em leve queda e ação do Banco do Brasil valoriza; entenda

Apresentação consistente da CEO da instituição financeira por enquanto acalmou analistas e o mercado

Por Daniel Fernandes SEGUIR SEGUINDO 15 ago 2025, 11h26

Banco do Brasil adia pagamento de proventos para dezembro — Banco do Brasil divulgou resultados na quinta-feira (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A bolsa de valores opera em queda discreta neste último dia útil da semana. A redução gira em torno de 0,25%, com o Ibovespa no patamar de 135,9 mil pontos. Foco do mercado desde os resultados ruins apresentados na quinta-feira, 14, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) valorizam 1,21%. Mas o que isso significa?

O normal seria o mercado punir a queda de 60% do lucro líquido divulgado com a depreciação dos ativos. O Banco do Brasil divulgou que seu lucro foi de 3,7 bilhões de reais no segundo trimestre deste ano. Havia sido de 9,5 bilhões de reais um ano antes e de 7,3 bilhões nos primeiros três meses do ano. Acontece que a apresentação da CEO da instituição financeira, Tarciana Medeiros, na live de resultados, foi consistente.

BB parece encarar o problema

A executiva não tapou o sol com a peneira. Indicou que o principal problema do banco é mesmo a inadimplência das empresas do agronegócio, assim como dos pequenos empreendedores, falou sobre medidas que estão sendo tomadas para reduzir a sangria dos calotes nas contas do BB e ainda divulgou o novo guidance do banco, sobretudo indicando de quanto deverá ser o lucro no fim deste ano. Ou seja, a situação é ruim, mas o mercado – pelo menos até o momento – enxerga um caminho para a recuperação. “Só um banco do tamanho do Banco do Brasil tem condições de suportar o que estamos suportando”, disse Medeiros.

O que o BB suporta neste momento é uma inadimplência do agronegócio da ordem de 2,73 bilhões de reais sendo que 74% dos inadimplentes jamais havia devido para o banco antes de dezembro de 2023. A executiva também comentou a respeito da dificuldade adicional causada pelas altas taxas de juros, com a Selic fixada pelo Copom em 15% ao ano.