Economia

Bolsa brasileira pode sofrer com alta nas alíquotas sobre aço imposta por Trump

Dados de emprego nos Estados Unidos e negociações de americanos e chineses no âmbito da guerra comercial também mobilizam investidores

Por Tássia Kastner
Atualizado em 4 jun 2025, 08h57 - Publicado em 4 jun 2025, 08h36

B3 ibovespa bovespa bolsa de valores ações — Sede da B3, em São Paulo (B3/Divulgação)

As ações de empresas brasileiras começam a quarta-feira sob a pressão das novas alíquotas de importação de aço e alumínio, impostas pelo presidente americano, Donald Trump. O exemplo mais simbólico é a Gerdau: os papéis da companhia negociados em Nova York chegaram a 1,76% no pré-mercado, enquanto o EWZ, o fundo que representa a bolsa brasileira, cedeu 0,76%. Por volta das 8h30, o sentimento das bolsas internacionais, após sinalizações de uma negociação entre Trump e Xi Jinping aliviavam os recuos e invertiam os sinais.

Acontece que a Gerdau já é uma grande produtora de aço nos Estados Unidos, uma mudança de direção conduzida justamente após o primeiro governo Trump. Isso significa que ela não é a companhia mais afetada pela disputa comercial, e que suas concorrentes, como Usiminas e CSN, por exemplo, podem sofrer ainda mais com a alíquota extra. A taxa, que era de 25% desde março, subiu para 50%. E 70% de tudo o que o Brasil exporta no setor é destinado ao mercado americano.

Com isso, é possível que a bolsa brasileira vá na contramão das bolsas globais. Os futuros americanos avançam, assim como os principais índices europeus.

A agenda econômica é fraca no Brasil. Nos EUA, será divulgado o relatório ADP de emprego, uma estatística do setor privado e que funciona de prévia para o payroll, o dado oficial sobre o mercado de trabalho. Na terça, o relatório Jolts mostrou que a abertura de vagas de trabalho continuou firme em abril, isso apesar da incerteza causada pela guerra tarifária.

Também nesta quarta, o Fed divulga o Livro Bege, documento que descreve as condições da economia americana. Ele ganha mais destaque porque dirigentes do BC americano têm mostrado divergência na avaliação do impacto da guerra comercial sobre a atividade econômica do país.

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Agenda do dia

9h15: EUA divulgam Relatório de emprego da ADP em maio
9h30: Galípolo lança Pix Automático em SP
9h30: Raphael Bostic (Fed) faz discurso
10h40: EUA publicam PMI/S&P Global composto de maio (final)
14h30: BC divulga fluxo cambial semanal
15h: Fed divulga Livro Bege