Boeing troca comando da companhia em plena crise do 737 MAX
Saída de Dennis Muilenburg ocorre no momento em que a empresa enfrenta grave turbulência desde os dois acidentes com os jatos que mataram 346 pessoas
O CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, foi demitido nesta segunda-feira, 23, segundo o conselho de administração da companhia. A fabricante de aviões enfrenta uma de suas mais graves turbulências ao ter de combater as consequências da crise do 737 Max. Muilenburg será substituído por David L. Calhoun, atual presidente da Boeing, em 13 de janeiro do próximo ano, de acordo com o comunicado da companhia.
A gigante da aviação foi atingida por uma enorme crise ao lidar com dois acidentes envolvendo o avião 737 Max. As duas quedas, em outubro de 2018 e março de 2019, mataram um total de 346 pessoas. Na época, Muilenburg disse que a companhia esperava que o avião retornasse ao serviço dentro de seis semanas.
“O conselho de administração decidiu que era necessária uma mudança de liderança para restabelecer a confiança na empresa, à medida que trabalha para reparar os relacionamentos com reguladores, clientes e todos os outros interessados”, informou o comunicado. Após o anúncio, as ações da Boeing subiram mais de 3% no início das negociações.
A comunicado, no entanto, não mencionou explicitamente a crise do 737 Max, mas teve Calhoun dizendo que ele acredita no “futuro da Boeing e do 737 Max”. Ainda não há data de retorno definida para o modelo voltar a voar. Por enquanto, as aeronaves estão ociosas perto das fábricas da Boeing. As companhias aéreas continuam adiando suas datas estimadas de retorno dos voos, com a United Airlines agora estimando uma volta em junho.
“Sob a nova liderança da empresa, a Boeing operará com um compromisso renovado com total transparência, incluindo comunicação efetiva e proativa com a FAA, outros reguladores globais e seus clientes”, de acordo com a nota. “Calhoun tem uma experiência profunda no setor e um histórico comprovado de forte liderança, e reconhece os desafios que devemos enfrentar.”
(Com agências de notícias internacionais)