Big techs e dados de emprego estão no foco dos investidores
Dados do mercado de trabalho, que serão divulgados nesta semana, funcionam como um medidor do nível de atividade econômica

A semana que encerra abril será de agenda econômica intensa para investidores, o que é definitivamente uma boa notícia. Melhor olhar para dados concretos do que passar os dias tentando adivinhar o próximo movimento de Donald Trump em sua guerra comercial.
Tanto nos EUA quanto no Brasil, os próximos dias serão marcados pela divulgação de dados de emprego. Lá, sai primeiro o Jolts, que mostra a abertura de vagas, depois o ADP, que indica as contratações do setor privado, e por fim, na sexta-feira, chega o payroll, que aponta a taxa oficial de desemprego nos EUA.
Claro, esses dados serão lidos sempre em relação aos efeitos da guerra comercial. Analistas e grandes empresários têm alertado para a paralisação das atividades causada pelo aumento de preços após a imposição de tarifas extras sobre produtos importados, especialmente da China.
O dado de emprego, no fim, funciona como um medidor do nível de atividade econômica em meio à guerra comercial.
Tão importante quanto o payroll será a divulgação do PCE, o índice de inflação usado pelo Fed para condução da política monetária. O dado mais recente, referente a fevereiro, mostra que a inflação se estabilizou em 2,5% em doze meses, acima da meta de 2%. O receio do Fed é de que a guerra tarifária leve a um repique de preços, o que justificaria a manutenção dos juros elevados. Por outro lado, dirigentes do BC americano têm apontado para o risco de paralisação da atividade e aumento do desemprego, o que poderia pender a balança para o lado dos cortes de juros.
Daí porque os indicadores dos próximos dias serão cruciais. Não só isso: eles chegam uma semana antes da próxima reunião do Fed. As apostas do mercado financeiro indicam que cortes de juros podem ocorrer no encontro de junho. Para além dos indicadores, a Microsoft divulga resultados na quarta-feira, seguida por Apple e Amazon, na quinta, quando a bolsa brasileira estará fechada para o feriado de 1º de Maio. Com os resultados, as big techs devem comunicar os impactos esperados da guerra comercial sobre números futuros.
No Brasil, os dados mais importantes são o Caged, com contratações formais, e a Pnad Contínua, que mostra a taxa oficial de desemprego do país, que saem na quarta-feira.
Em contraste com a agenda cheia da semana, a segunda-feira começa em ritmo lento tanto aqui quanto no exterior. Os futuros americanos recuam, na contramão das bolsas europeias, que avançam. O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, sobe 0,22% e aponta viés de alta para o Ibovespa.
Agenda do dia
8h25: BC divulga Boletim Focus
8h30: BC publica estatísticas do setor externo de março
Balanço
Após o fechamento: Gerdau
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