Bens e serviços mais caros são a principal preocupação da população mundial, aponta pesquisa da Ipsos
Inflação é mais citada como um problema premente do que criminalidade e pobreza

O aumento de preços de bens e serviços, a inflação, é o problema social e econômico que mais preocupa a população mundial. Uma a cada três pessoas entrevistadas pelo instituto de pesquisa Ipsos elenca a inflação como uma das problemáticas mais relevantes da atualidade. O percentual, de 33%, é maior do que o observado no caso de outras questões prementes, como criminalidade e segurança pública (32%), pobreza e desigualdade social (29%%), corrupção (27%).
O panorama da economia como um todo também é alvo de má avaliação em escala global. Entre os mais de 25 mil respondentes do levantamento da Ipsos, espalhados por 29 países, cerca de 64% consideram que a economia “está ruim”. Percentual semelhante aponta que o país onde vive está indo “na direção errada”. O prognóstico não é muito positivo, indica a pesquisa, uma vez que, desde 2022, a inflação aparece como uma das principais preocupações da população mundial — sem dar indícios de que vai sair do pódio tão cedo.
Entre os países que apresentam maior preocupação com a inflação, estão Singapura, Turquia e Canadá, onde as parcelas da população que elenca a alta de preços como uma das principais questões a serem combatidas são de 56%, 55% e 53%, respectivamente. O Brasil é o 11o país entre os 29 analisados que apresenta a maior preocupação com a inflação. Já quando o assunto é pobreza e desigualdade social, apenas cinco nações ficam à frente do Brasil: Indonésia, Hungria, Tailândia, Argentina e Turquia.
A área da economia na qual o Brasil está entre os mais despreocupados da lista é o desemprego. Apenas 16% da população o considera entre as questões mais preocupantes do país, percentual que só é maior do que os registrados em Estados Unidos, Alemanha, Israel, França e Países Baixos. O acesso a crédito é, em geral, pouco citado como uma grande problemática em todos os países analisados. No Brasil, apenas 2% das pessoas elencam o alto custo do crédito como algo cuja resolução é das mais prioritárias.