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BC projeta juros a 14,25% e alerta para impacto da política fiscal na inflação

Ata do Copom aponta desancoragem de expectativas e resiliência da inflação como motivos para a necessidade do aperto monetário também no próximo ano

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 dez 2024, 11h15 - Publicado em 17 dez 2024, 08h35

A materialização dos riscos de inflação apontada nas últimas reuniões é o principal motivo para que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tenha se decidido por endurecer sua política monetária, de acordo com a ata da reunião divulgada nesta terça-feira, 17.

O documento reforça o tom do último encontro sob o comando de Roberto Campos Neto e indica um futuro igualmente duro já sob a responsabilidade de Gabriel Galípolo, que assume a cadeira em 2025, além de colocar a política fiscal sob os holofotes, enfatizando a importância da responsabilidade fiscal e da previsibilidade das ações governamentais para garantir a eficácia da política monetária e a estabilidade macroeconômica.

Na reunião, o colegiado aumentou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros, para 12,25%, e anteviu mais dois ajustes no mesmo nível, chegando a 14,25% já em março. “De fato, houve não só uma interrupção no processo desinflacionário, como uma maior pressão inflacionária nas últimas divulgações”, afirma o comunicado. Sobre a materialização dos riscos, o colegiado lista a resiliência da inflação de serviços, a desancoragem das expectativas de inflação e a depreciação cambial.

O documento enfatiza que a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação é em boa parte impulsionada pela percepção dos agentes econômicos sobre o anúncio do pacote de corte de gastos do governo federal. A falta de clareza e previsibilidade nas políticas fiscais gera incertezas no mercado, impactando negativamente os preços dos ativos, o prêmio de risco e a taxa de câmbio. Para o Copom, esse cenário exige uma postura monetária mais contracionista, ou seja, juros mais altos, para controlar a inflação, o que pode ter consequências para o crescimento econômico.

O comitê reforça que as reformas estruturais e disciplina fiscal para garantir a sustentabilidade da dívida pública são essenciais para um equilíbrio da política econômica. No documento, o colegiado ressalta que o esmorecimento no esforço de reformas e o aumento do crédito direcionado, em conjunto com a incerteza sobre a trajetória da dívida, podem elevar a taxa de juros neutra da economia. Isso significa que, no longo prazo, o Brasil precisaria operar com juros mais altos para manter a inflação sob controle, comprometendo a capacidade da política monetária de estimular o crescimento econômico.

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