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As (más) opções que restam ao Twitter após a desistência de Musk

Disputa judicial ou confirmação de desistência do negócio devem fomentar a crise de confiança da equipe com a gestão e também junto ao mercado

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 jul 2022, 14h38 - Publicado em 10 jul 2022, 09h11

Após uma série de sinais, o bilionário Elon Musk anunciou a desistência no acordo de compra do Twitter. A oferta de 44 bilhões de dólares, anunciada em abril, gerou euforia nos investidores, mas o negócio foi esfriando até a esperada notícia dada pelo CEO da Tesla, na última semana. A projeção do mercado, seja dada a oficialização do encerramento do acordo ou até mesmo uma disputa judicial entre o Twitter e Musk, é que os papéis da rede social entrem em queda livre.

O presidente do conselho administrativo da empresa, Bret Taylor, anunciou na sexta-feira que planeja processar Musk para forçá-lo a cumprir o acordo de compra da empresa, que ofereceu 54,20 dólares por ação para tornar a companhia privada — bem acima dos 36,81 dólares negociados no fechamento do mercado na sexta-feira. Se o Twitter prevalecer no tribunal, a empresa será administrada por um proprietário imprevisível e relutante, enquanto ainda luta para atingir metas de crescimento ambiciosas a serem impostas por Musk. Caso não consiga forçar Musk a comprar a empresa, é provável que o bilionário venda sua participação de 9% na empresa e se afaste de vez do negócio. 

Mesmo antes da provável disputa judicial, o Twitter tem enfrentado um problema significativo entre liderança e equipe. Segundo reportagem da Bloomberg, muitos dos funcionários do Twitter já estavam preocupados com o impacto da chegada de Musk. Durante uma sessão de perguntas e respostas que ele realizou com funcionários da rede social em junho, alguns funcionários zombaram de Musk por causa de canais internos de folga, pois ele disse aos funcionários que apenas aqueles que fossem “excepcionais” poderiam continuar trabalhando em casa. Semanas antes da sessão de perguntas e respostas, outros ainda se preocuparam com o fato de Musk não ter ideia de como administrar uma rede social, e alguns postaram sua frustração com as alegações de que Musk havia assediado sexualmente ex-funcionários de sua empresa de foguetes SpaceX. Depois que a liderança do Twitter não reconheceu as alegações, um funcionário escreveu que “como uma mulher que trabalha no Twitter, acho esse silêncio de rádio extremamente desanimador”.

Apesar do descontentamento pela (não mais) iminente chegada de Musk, a mudança de opinião do bilionário gerou frustração tanto com ele quanto com a liderança e o conselho da companhia. Ainda segundo a Bloomberg, alguns funcionários estão zombando publicamente no Twitter – embora haja uma diretiva interna de não falar publicamente sobre o acordo, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

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A equipe também estava nervosa devido a recentes saídas de executivos e reestruturação da liderança de produtos, tornando o desenvolvimento de novas ofertas mais difícil, disse a pessoa. O Twitter cortou cerca de 100 funcionários esta semana, e a expectativa dentro da empresa é que ainda haja mais cortes no horizonte. 

“Se Musk conseguir encerrar o acordo, o Twitter ainda terá os mesmos problemas que tinha antes de ele entrar em cena”, escreveu Debra Aho Williamson, analista principal da Insider Intelligence. “Seu crescimento de usuários está diminuindo. E, enquanto a receita publicitária ainda está crescendo marginalmente, o Twitter agora está lidando com uma economia em desaceleração que pode espremer os gastos com anúncios em todas as plataformas sociais.”

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