Arrecadação federal cai em setembro, quarto mês seguido de recuo
Queda foi de 0,3% no mês, ritmo menor que em junho, julho e agosto; governo precisa aumentar receitas para sustentar o arcabouço fiscal

A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real de 0,3% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta terça-feira, 24.
Esta é a quarta queda mensal seguida na arrecadação. A comparação é feita sempre contra o mesmo mês do ano passado. O ritmo do recuo, no entanto, é menor que nos meses anteriores. Em junho, a queda foi de 3,4%, em julho de 4,2% e em agosto de 4,1%. A queda da arrecadação ocorre em um momento que o governo se esforça para zerar déficit em 2024. Para isso, será necessário aumentar as receitas em 168 bilhões de reais.
No acumulado do ano, a arrecadação soma 1,6 trilhão de reais. Segundo o Ministério da Fazenda, o valor apresentou acréscimo de 0,6%, descontada a inflação do período.
Segundo a Receita Federal, a queda dos preços de commodities, como petróleo e minério de ferro, tem afetado negativamente a arrecadação. O impacto ocorre no Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (empresas) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) – que mostrou queda de 4,69 bilhões de reais em setembro.
A queda no mês foi segurada porque a arrecadação do PIS/Cofins, impostos federais, subiu 2,63 bilhões de reais em setembro. A alta se relaciona a volta dos impostos sobre combustíveis, desonerados em 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).