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Os bilhões que Apple já perdeu após o tarifaço de Trump

Para analistas, ou a empresa reajusta seus preços, ou amargará uma queda de 15% no lucro

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 abr 2025, 10h53 - Publicado em 8 abr 2025, 09h32

Enquanto analistas e gestores quebram a cabeça para avaliar que empresas e setores podem ganhar com o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de outros países, uma certeza começa a se cristalizar: na ponta oposta, a Apple deve ser uma das grandes perdedoras. Em apenas três dias, o valor de mercado da fabricante do icônico iPhone despencou 19%, o equivalente a 637 bilhões de dólares. Segundo a agência de notícias Bloomberg, este é o maior tombo da Apple, para um período de três dias, desde 2001. Com isso, a companhia encerrou o pregão de ontem valendo 2,73 trilhões de dólares na bolsa.

Entre as chamadas “sete magníficas”, grupo composto pelas maiores empresas de tecnologia listadas em Wall Street, a companhia fundada por Steve Jobs é a mais prejudicada desde o dia 02 de abril, quando Trump assinou a ordem executiva formalizando as tarifas recíprocas a mais de cem países. A Nvidia, que se tornou uma das queridinhas dos investidores ao liderar o mercado de chips para inteligência artificial, vem em um distante segundo lugar, com perdas acumuladas de 312 bilhões de dólares. Já a montadora de carros elétricos Tesla, que enfrenta problemas desde que seu fundador, Elon Musk, pulou de cabeça no governo Trump, perdeu “apenas” 160 bilhões de dólares.

Para os analistas, a forte queda da Apple nos últimos dias reflete sua grande dependência de fornecedores asiáticos, incluindo a China, cujas sobretaxas impostas por Trump já somam 54%, quando se contam os 20% anunciados no início de março e os 34% determinados na semana passada. Para piorar, o presidente americano ameaçou impor mais 50%, se os chineses não retirarem a sobretaxa de 34% sobre os produtos americanos, anunciada em retaliação ao tarifaço de 2 de abril.

Além da China, a Apple conta com fornecedores no Vietnã, na Índia e na Tailândia, cujas exportações para os Estados Unidos também foram taxadas em 46%, 26% e 36%, respectivamente. Para os analistas de mercado, a companhia tem duas opções de curto prazo – e nenhuma é boa. A primeira é aumentar os preços de seus produtos, a fim de repassar o custo extra do tarifaço aos consumidores. A segunda é absorvê-los e sacrificar as margens de lucro. A rede CNBC cita um relatório do banco suíço UBS que estima que o preço da versão mais sofisticada do iPhone, hoje vendida nos Estados Unidos por 1 199 dólares (cerca de 7 000 reais), pode ficar até 350 dólares mais caro. Isso significa um reajuste de 29%. Outro banco, o Barclays, calcula que, se a empresa não subir seus preços, amargará com uma queda de 15% no lucro por ação.

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