Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Após bate-boca com Trump, Helder lança ‘Vale do Silício amazônico’ em parceria com Califórnia

Acordo entre estados subnacionais é visto como alternativa para ausência de comitiva americana

Por Ricardo Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2025, 17h52 - Publicado em 10 nov 2025, 17h06

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou a criação de uma versão amazônica do Vale do Silício, em parceria com o governador da Califórnia, Gavin Newson, que virá amanhã a Belém. O acordo de cooperação entre o os dois estados, em nível subnacional, tem a intenção de criar o Vale Bioamazônico de Tecnologia.

“A ideia é nos conectarmos com o que foi o vale do Silício no início deste século e, a partir da nossa biodiversidade, fazer essa transformação”, explicou o governador a VEJA.

O Vale do Silício é o maior polo de tecnologia do mundo. Localizado no sul da Califórnia, ele se tornou a sede de diversas empresas que moldaram os rumos e o comportamento das sociedades contemporâneas nos últimos anos, como Apple, Google, Meta e Tesla, entre outras.

“A razão de eu estar aqui é a ausência de liderança vinda dos EUA, este vácuo. É algo bastante infantil. Não há nenhuma representação, nem mesmo um observador”, disse Newsen, na manhã desta segunda-feira, em evento em São Paulo, antes de embarcar para a capital paraense

A parceria com a Califórnia é vista como estratégica não apenas pelo governo paraense, mas também pelo governo brasileiro, uma vez que os Estados Unidos abandonaram o Acordo de Paris, por determinação do presidente Donald Trump, e não mandaram delegações para Belém.

Continua após a publicidade

Ao comentar a cooperação entre dois estados, que não passa pelos governos federais dos dois países, o governador do Pará também fez uma crítica indireta à gestão de Jair Bolsonaro, por ter seguido a cartilha trumpista e determinar que o Brasil não participasse ativamente das negociações em torno da agenda climática.

“Os estados subnacionais são muito importantes nesse processo. Aprendemos muito isso de 2019 para cá, quando o Brasil saiu da mesa de negociação e nós tivemos de nos posicionar. Isso foi um bom aprendizado.  Essa parceria com a Califórnia, um estado conectado com a agenda ambiental, representa uma grande oportunidade. Vamos criando condições de ver os EUA na mesa, seja através das companhias privadas, seja por meio dos estados”, afirmou Helder.

Bate boca com Trump

Mais cedo, o governador rebateu as críticas de Donald Trump à organização da COP30 no Pará. “Devastaram a Amazônia para construir rodovias para os ambientalistas viajarem. Virou um grande escândalo!” disse Trump no Truth, a sua própria rede social. Ele divulgou um trecho de uma reportagem do canal americano de televisão Fox News que falava sobre a construção da avenida Liberdade, feita para a Conferência. O governo do Pará alega que a obra foi sustentável e obedeceu à legislação ambiental, mas a rodovia foi alvo de críticas da oposição ao governo por atravessar trechos de área preservada.

Continua após a publicidade

“Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia – com destaque para o estado do Pará, que obteve o seu melhor resultado. Ou, no mínimo, seguir o exemplo do Governo do Brasil e investir mais de US$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo”, disse Helder.

“Ele ainda tem 15 dias pra vir tomar um tacacá com a gente e colocar um cheque na mesa de quanto os Estados Unidos estão dispostos a financiar a agenda climática”, afirmou o governador a VEJA.

Dedo do meio

O governador da Califórnia, Gavin Newsom,  que participou de um fórum empresarial na capital paulista, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% pelo julgamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi “um dedo do meio” ao Brasil.  Antes de embarcar rumo a Belém, o democrata também disse que a ausência de Trump no principal evento climático das Nações Unidas é uma atitude “bastante infantil”.

“Nenhuma pessoa da administração deveria mostrar desrespeito por nenhum de vocês. Esqueçam a política. O Brasil é um dos nossos grandes parceiros comerciais. É o país com o qual deveríamos nos envolver. No entanto, dedo do meio com 50% de tarifas. Isso é vergonhoso”, disse Newsom durante evento do think tank americano Milken Institute. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

O mercado não espera — e você também não pode!
Com a Veja Negócios Digital , você tem acesso imediato às tendências, análises, estratégias e bastidores que movem a economia e os grandes negócios.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.