Após ataque a refinarias na Arábia Saudita, preço da gasolina sobe nos EUA
No Brasil, a Petrobras anunciou que não fará reajustes nos próximos dias e que seguirá acompanhando a situação do mercado internacional
Os preços da gasolina nos Estados Unidos subiram nesta terça-feira, 17, segundo relatório da Associação Automobilística Americana (AAA), após o valor do barril de petróleo ter disparado quase 15% na véspera, como consequência de um ataque de drones, no sábado, a instalações de produção sauditas – o país é um dos principais exportadores da commoditie no mundo. No Brasil, a Petrobras anunciou que vai segurar a cotação do combustível e que acompanhará a situação do mercado internacional do setor antes de tomar uma decisão.
De acordo com a AAA, o preço médio da gasolina nos Estados Unidos subiu 3 centavos de dólar, para 2,59 dólares por galão, informou a companhia, em seu site. Na segunda-feira, a associação apontava preço de 2,56 dólares.
“Os norte-americanos podem esperar um início de aumento dos preços locais nas bombas nesta semana. A alta pode acabar sendo de até um quatro por galão ao longo do mês”, disse Jeanette Casselano, porta-voz da associação. “Se isso é uma tendência de curto ou longo prazo é algo que será determinado pelos preços do petróleo e por quão rapidamente as instalações na Arábia Saudita poderão se recuperar e voltar à operação.”
O maior impacto sobre os preços nas bombas deve ser sentido na Costa Oeste que responde por quase metade das importações de petróleo dos Estados Unidos junto aos sauditas. Entre as cidades mais afetadas devem estar Los Angeles e São Francisco.
No sábado 14, as instalações da estatal Saudi Aramco, a maior companhia de processamento do óleo no mundo, sofreram ataque de drones. Por disso, a Arábia Saudita anunciou a suspensão temporária da produção diária de 5,7 milhões de barris – perto da metade da produção do reino. Trata-se do equivalente a 6% do abastecimento mundial e mais que o dobro de toda a produção brasileira, que gira em torno de 2,7 milhões de barris ao dia. O restabelecimento pleno dos trabalhos da estatal saudita pode levar semanas.
O grupo houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, assumiu a autoria do ataque. Os Estados Unidos, no entanto, acreditam que o Irã esteve diretamente ligado à ofensiva, baseado em imagens de satélites e informações de inteligência. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Abbas Mousavi, rejeitou as alegações, afirmando serem “sem sentido”.
Petrobras segura reajuste
Em comunicado, a Petrobras anunciou na noite de segunda-feira que vai “acompanhar a variação do mercado nos próximos dias e não fazer um ajuste de forma imediata”, informou. A estatal decide sobre os preços dos combustíveis com base em fatores como a cotação internacional do petróleo e o câmbio, sistema em vigor desde setembro do ano passado.
Em São Paulo, segundo o presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo da região, José Alberto Paiva Gouveia, não há nenhum movimento para alta dos combustíveis sem alguma sinalização, antes, da Petrobras. O Sindicato dos Varejistas de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do município do Rio de Janeiro (SindComb) afirmou que também não houve reajuste nos postos de combustível após a disparada do preço do petróleo.
Um movimento de alta foi registrado no Distrito Federal. O litro da gasolina subiu cerca de 20 centavos. O aumento, entretanto, não tem a ver com a crise internacional do petróleo, e sim com recomposição de preços que já ocorria desde semana passada, segundo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF).
(Com Reuters)