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Aos poucos, Lula revela algumas ideias complicadas sobre a economia

Em debate eleitoral, Lula falou sobre o PAC, criticou privatizações e defendeu aumentar o imposto dos mais ricos

Por Luisa Purchio Atualizado em 17 out 2022, 15h19 - Publicado em 17 out 2022, 15h05

Apesar de o candidato à Presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, não revelar grande parte de seus planos para a economia do país, como mostra a reportagem de capa de VEJA desta semana, ele deu pistas sobre como conduzirá o setor no seu governo caso seja eleito. Essas ideias foram expostas no primeiro debate eleitoral para o 2º turno, realizado pela TV Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S. Paulo, na noite do domingo, 16.

Um dos principais pontos de alerta é sobre as privatizações, fundamentais para a agenda de desenvolvimento do país, com menos peso do estado. Questionados pelos jornalistas participantes sobre as políticas de preço da Petrobras e a possibilidade de passar a companhia para a iniciativa privada — algo abordado por Bolsonaro durante o momento da disparada dos combustíveis no primeiro semestre e que, depois, deixou de a ser citado pelo presidente –, o candidato Lula criticou políticas do governo,  afirmando que hoje o país “só refina 80% da gasolina que usa, a gente refinava 100%”. Ele afirmou que o país parou de refinar após a privatização de divisões da Petrobras e que “hoje temos 392 empresas importando gasolina sem pagar imposto e com o preço dolarizado”. Lula afirmou ainda que “o preço não tem que ser dolarizado porque a gente faz a exploração em real, paga os salários em real, fazia as próprias plataformas e as sondas, coisa que não faz mais”.

Lula reafirmou seu posicionamento contra privatizações, contido no plano de diretrizes da chapa Lula/Alckmin enviado ao Tribunal Superior Eleitoral. “Acho que privatizar a Petrobras é uma loucura. O governo dele [Bolsonaro] acabou de privatizar os gasodutos e hoje a gente paga 3 bilhões de reais por ano de aluguel para usar os a gasodutos. Em 10 anos, já consumiu o dinheiro que pegou e mesmo assim a gente vai continuar pagando os 3 bilhões”, disse Lula.

Gastos

Ao ser indagado sobre de onde virão os recursos para os projetos que pretende implementar, se serão dos apenas 4% que restam livres no orçamento – já que os 96% restantes já estão comprometidos – ou se serão feitas mudanças constitucionais que ampliarão os recursos públicos utilizados, Lula respondeu que é preciso saber “trabalhar e planejar” e lembrou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de seu governo, afirmando que foram “colocados 1,4 trilhão de reais para 13 mil obras que foram entregues e [para] mais 13 mil que ficaram para terminar e estão sendo concluídas agora”.

Um outro ponto tratado por Lula foi sobre a reforma tributária.  Lula afirmou que provou “à sociedade brasileira que é possível ter capacidade de investimento quando a gente planeja e coloca o dinheiro no lugar certo” e que tem “certeza que o Congresso vai aprovar uma reforma tributária” que permita “taxar menos os mais pobres, os trabalhadores” e mais “os mais ricos que muitas vezes não pagam sobre os lucros e os dividendos”. O candidato lembrou ainda de sua proposta de isentar do pagamento do imposto de renda quem recebe um salário de até 5 mil reais.

Questionado sobre como aprovará reformas e se relacionará com o Congresso sem a necessidade de comprar apoio do legislativo, Lula afirmou que vai “tentar confrontar essa história do orçamento secreto” com o orçamento participativo, que foi criado em seu governo e funcionava a nível estadual. Lula disse que, se ganhar as eleições, não sabe se vai mudar o orçamento do ano que vem, que já está pronto, mas que aplicará o conceito de orçamento participativo. “Eu não sei se eu vou mudar o orçamento ou não, mas nós vamos pegar o orçamento e mandar para o povo dar opinião para saber o que ele quer que efetivamente seja feito, para ver se a gente consegue diminuir o poder de sequestro que o Centrão fez no [governo do] presidente Bolsonaro”.

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