ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Alternativa ao dólar, crítica às ‘big techs’ e ‘aposta do caos’ permeiam discurso de Lula

Presidente fez discurso recheado de recados a Donald Trump e enfatizou a importância do multilateralismo

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 fev 2025, 18h01 - Publicado em 26 fev 2025, 13h55

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira 26, um mundo multipolar e menos dependente das grandes potências, como os Estados Unidos. O palco escolhido para o discurso foi o encontro dos países do Brics, em Brasília, onde o governante destacou sobre alternativas ao dólar, criticou a “aposta do caos” de Donald Trump e a influência das gigantes de tecnologias, alertando sobre os perigos de um mundo moldado pela lei do mais forte.

Lula apontou para os riscos do protecionismo e do unilateralismo — práticas que, embora não explicitamente nomeadas, encontram eco nas políticas adotadas por governos como o de Trump. “Negociar com base na lei do mais forte é um atalho perigoso para a instabilidade e para a guerra”, alertou o líder brasileiro. Sua crítica velada se alinha ao crescente desconforto de países com a postura cada vez mais protecionista de economias avançadas, como os EUA, que, sob a presidência de Trump, adotam políticas de fechamento comercial e desvinculação de órgãos multilaterais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em sua fala sobre a importância de instituições globais, como a OMS, Lula se refere à saída dos EUA da organização. Durante a crise da covid-19, Trump minimizou os alertas científicos da organização e propagou fake news sobre a vacina.

O presidente também direcionou parte de seu discurso para as chamadas “big techs”, acusando-as de usar desinformação para desestabilizar governos e promover agendas próprias. Com uma abordagem crítica, Lula destacou que a inteligência artificial, atualmente controlada por poucos países e grandes corporações, não pode se tornar uma ferramenta de dominação sobre o Sul Global. “Grandes corporações não têm o direito de silenciar e desestabilizar nações inteiras com desinformação”, afirmou. Lula alertou para os riscos de um monopólio dessa tecnologia nas mãos de poucos, pedindo que o bloco desempenhe um papel central nessa agenda.

Lula também ressuscitou uma de suas bandeiras mais controversas: a criação de uma alternativa ao dólar como moeda de referência para o comércio internacional. Embora a ideia tenha sido recebida com ceticismo e até ameaças de retaliação pelo governo Trump, o tema voltou ao radar, com Lula defendendo que soluções de pagamento mais acessíveis e seguras podem reduzir as vulnerabilidades das economias emergentes.

A defesa de um sistema de pagamentos alternativo ganha relevância à medida que o bloco Brics cresce, com a recente inclusão de novos membros: Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Esse novo arranjo amplia o peso do bloco no comércio internacional.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.