Após final da Champions sair da Rússia, GP de Fórmula 1 é cancelado
Etapa integra calendário da categoria desde 2014; um dos pilotos do grid, Nikita Mazepin, é herdeiro de uma das maiores empresas de fertilizantes da Rússia
Presente no calendário da Fórmula 1 desde 2014, o Grande Prêmio de Sochi não irá ser realizado neste ano. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 25, a Formula One Group, empresa que organiza as corridas afirmou que “é impossível organizar o GP da Rússia nas atuais circunstâncias”. Este é o segundo grande evento esportivo cancelado após a invasão da Rússia na Ucrânia. Também nesta sexta, a Uefa tirou a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo, e a decisão do torneio ocorrerá em Paris.
“O Campeonato visita países ao redor de todo o mundo com uma visão positiva de unir pessoas e unificar nações. Estamos observando os acontecimentos na Ucrânia com tristeza e choque, e esperamos por uma resolução sadia e pacífica para a situação atual”, escreveu a FIA em comunicado. Segundo a empresa, a decisão foi tomada após reunião com as equipes e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A corrida estava agendada para setembro.
Entre os pilotos do grid, há um russo. Nikita Mazepin é companheiro de Mick Schumacher na Haas. Em suas redes sociais, o piloto postou uma mensagens enigmática aos fãs, sem falar sobre o conflito na Rússia ou a decisão de adiar o GP em seu país natal. “É um tempo difícil e eu não tenho controle sobre uma série de coisas que são ditas e feitas. Eu escolho focar no que eu posso controlar que é trabalhar duro e fazer o meu melhor para a @HaasF1Team. Meu profundo agradecimento a todos que entendem e me apoiam”, postou em meio a rumores que ele possa perder o lugar na equipe. Nikita Mazepin é filho de um empresário russo do ramo de fertilizantes. O bilionário Dmitry Mazepin controla a Uralchem, uma das maiores produtoras de fertilizantes de amônia e nitrogênio da Rússia e é vice-presidente do conselho da Uralkali, grande produtora de fertilizantes a base de potássio.
Foi com a chegada de Nikita que a Hass, uma equipe que passava por dificuldades financeiras, conseguiu o patrocínio da empresa russa. Na sessão de treinos de Barcelona, nesta manhã, os carros da Haas perderam as cores da bandeira da Rússia e também não estampam o patrocínio da Uralkali. Dmitry Mazepin, aliás, foi um dos 37 empresários convocados para uma reunião no Kremelin na última quinta-feira com o presidente do país, Vladmir Putin, informou a agência de notícias TASS. No encontro, Putin tranquilizou os empresários sobre os efeitos da ofensiva militar nos negócios e na economia da Rússia.
Antes da decisão, o piloto alemão Sebastian Vettel se posicionou sobre o tema pregando um boicote ao GP de Sochi, caso não houvesse nenhuma decisão sobre a etapa do mundial. “É horrível ver o que está acontecendo. Lamento muito pelas pessoas inocentes que estão perdendo a vida, sendo mortas por razões estúpidas sob uma liderança muito estranha e louca”, disse Vettel.