Ajustes fiscais afetarão emprego, diz OIT
Medidas de ajuste devem prejudicar milhões de famílias que enfrentam oportunidades de trabalho escassas em países em desenvolvimento

A tendência mundial de ajuste fiscal representará um agravamento da crise do emprego e um aumento das desigualdades, segundo alerta um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta segunda-feira. Em um estudo, a entidade destaca o exemplo da Europa, onde as medidas de consolidação fiscal “contribuíram para aumentar a pobreza e a exclusão social, que atualmente afeta 123 milhões de pessoas ou 24% da população da União Europeia (UE)”.
O relatório deixa claro que nos países em desenvolvimento que não estão investindo em proteção social, espera-se que as medidas de ajuste afetem negativamente milhões de famílias que enfrentam oportunidades de trabalho escassas e mal remuneradas. Além disso, a OIT considera que os cidadãos de países em desenvolvimento sofrerão com um aumento do preço dos alimentos e de combustíveis e com menos acesso aos serviços públicos.
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O estudo utiliza as projeções orçamentárias mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e analisa as políticas de proteção social entre 2010 e 2015. Segundo as projeções da instituição, espera-se que o alcance do ajuste do gasto público se intensifique significativamente no ano que vem, englobando 131 países em 2016.
As medidas de ajuste incluem a eliminação ou redução dos subsídios aos alimentos e à energia; cortes ou restrições na despesa salarial; uma seleção mais limitada de distribuição da previdência social e reformas dos sistemas de previdência e de atendimento sanitária.
(Com agência Efe)