Agro brasileiro pode ser líder em produção, eficiência e preservação, dizem executivos
Ex-secretário da Agricultura de São Paulo e diretora de sustentabilidade da JBS Brasil falaram nesta segunda-feira durante o Fórum VEJA na COP 30

A produção agropecuária brasileira, que já é uma das maiores exportadores do mundo, tem capacidade de ser referência também em tecnologia, eficiência e, com isso, em preservação das florestas e das vegetações ao mesmo tempo em que segue ampliando a oferta de alimentos para o país e para o planeta. É o que debateram executivos do agronegócio que participaram da Fórum VEJA na COP 30 na manhã desta segunda-feira, 26, em São Paulo.
“Em 2050, teremos 9,7 bilhões de pessoas para alimentar no planeta, e uma meta climática de não ultrapassar 1,5 graus o aquecimento do planeta ate lá, o que significa um desafio de produzir mais alimentos com o menor impacto ambiental possível, usando os recursos de forma eficiente”, disse a diretora de sustentabilidade da JBS Brasil, Liège Vergili Correia. “E podemos destacar o papel de liderança do Brasil nisso. Em trinta anos, o Brasil aumentou a sua produção de carne bovina em 109%, mas reduziu a área de pastagem em 15%. Produzimos mais com menos área.”
“Já temos produtores no Brasil que colhem três safras na mesma área no ano. Isso não acontece no resto do mundo”, acrescentou Correia. “Somos exemplos, mas também precisamos parecer um exemplo para que as pessoas possam nos seguir, e a legalidade é fundamental para isso.”
O empresário do setor Gustavo Diniz Junqueira, que também foi secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, mencionou os desafios que o Brasil tem em industrializar uma parte maior de sua produção agrícola, como maneira não só de gerar riqueza, como também de contornar os desafios em mundo de barreiras tarifárias, crescentes, além de profissionalizar e levar as tecnologias que o país já detêm também aos pequenos produtores.
“O Brasil, que era importador no passado, se tornou hoje um do maiores exportadores em quase todas as categorias de alimentos e, agora, está expandido essa liderança também para a a indústria de fato de alimentos prontos”, disse Junqueira. “Nessa briga entre os Estados Unidos e o mundo, ou o sistema que havia implantado antes, não dá para imaginar que vamos levar vantagem só exportando mais soja para a Chia. Vamos ter que industrializar essa soja. A evolução do Brasil vai vir de sua ocupação internacional pelos produtos acabados.”