Por Luciana Collet
São Paulo – A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) prepara um estudo a respeito da competitividade das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) com o intuito de buscar maior isonomia na competição com outras fontes de energia. Segundo o presidente da entidade, Paulo Godoy, a previsão é de que, em até três meses, a associação tenha um “diagnóstico completo” sobre a fonte. “O fato é que não há o mesmo tratamento para PCHs e eólicas, mas não podemos excluir as PCHs diante do fenômeno das eólicas. Nós achamos que o Brasil precisa manter essas fontes todas de forma equilibrada”, comentou.
Entre os aspectos que estão sendo avaliados está a questão tributária, a questão regulatória e o financiamento para a construção de novos projetos. “O financiamento, por exemplo, precisa se equilibrar entre as fontes, já que elas vão concorrer entre si; elas precisam ser isonômicas, então é preciso estabelecer que essas condições sejam equivalentes para poder concorrer de forma mais adequada”, comentou.
A questão da perda de competitividade das PCHs também é um assunto que vem sendo discutido pelos órgãos governamentais brasileiros, comentou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner. “Temos conversado com os agentes para buscar uma solução, porque é uma energia que nos interessa muito”, disse. Segundo ele, entre as alternativas em discussão está o incentivo tributário.
Ele destacou que a PCH enfrenta um problema, porque a maior parte dos pequenos aproveitamentos hídricos no Centro-Sul do Brasil já foi construída. “As que restaram têm um custo mais alto e não têm competitividade com outras fontes”, reconheceu. Hubner lembrou que as PCHs tinham demanda no mercado livre, mas avalia que hoje a eólica tende a ocupar esse espaço.