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A volta dos carros de duas cores

Sumidos há decadas, com o fim dos modelos americanos que eram sonho de consumo, unidades bicolores voltam a circular no mundo todo

Por Jana Sampaio
Atualizado em 12 jul 2019, 16h58 - Publicado em 5 jul 2019, 06h30

Praticamente fora das ruas há décadas, a não ser pela muito peculiar linha dos Mini Cooper, eis que os carros de duas cores ensaiam um retorno no mundo inteiro, ainda discreto, mas que se acelera na direção da popularização. Os modelos estão disponíveis em várias roupagens, alguns só com o teto em outra cor (em geral, preto ou branco), outros em pacotes que englobam retrovisor, capô e para-choque dianteiro. Um dos pioneiros, o Kicks, da japonesa Nissan, foi lançado em 2016 com seis combinações possíveis, e, na faixa de preço de 100 000 reais, vende hoje cerca de 300 unidades por mês. “O brasileiro sempre foi conservador na hora de comprar carro, mas isso está mudando”, diz Juliana Fukuda, gerente de marketing da montadora asiática.

Mudanças no consumo, ensinam os especialistas, são comuns quando a economia, depois de atravessar um período de pasmaceira, vê perspectiva de guinada no horizonte. Amparada nessa expectativa, a indústria automobilística apresentou os primeiros modelos bitons, como se diz no meio, nos salões de automóveis três anos atrás. Deu certo. O Captur, da francesa Renault, vem da fábrica em nove cores, que podem ser combinadas, e os modelos bicolores respondem por 90% das vendas. “O consumidor quer cada vez mais poder personalizar o que compra, seja um tênis, seja um carro”, diz Caique Ferreira, diretor de comunicação da marca. O Argo Trekking, da Fiat, disponível em cinco cores, vendeu 2 300 unidades desde o lançamento, em maio. Às vezes, a variação está no detalhe: o Pepper, da Volkswagen, pode ter os retrovisores em outro tom.

ÍCONE – Chevrolet Impala 59: o máximo em elegância e direção suave (NM Museum/Heritage Images/Getty Images)

Evidentemente, o capricho não sai de graça. Abandonar a mesmice significa, sempre, pagar mais. A pintura bicolor aumenta o preço original entre 900 e 3 000 reais. A maior parte dos bitons se encaixa na categoria SUV, um design enfezado e musculoso que em nada lembra a era de ouro dos carros de duas cores: o fim dos anos 1950, quando os Chevrolet Bel Air e Impala eram o suprassumo da elegância e da suavidade. No Brasil, o Fusca, na versão bege e verde-água, e o Opala, em preto e marrom, foram opções bicolores antes que a seca do modelo se instalasse de vez. Agora, o retorno do duas-cores faz a festa tanto de saudosistas quanto de quem quer ser diferente no trânsito.

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Publicado em VEJA de 10 de julho de 2019, edição nº 2642

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